Saudade do povo do campo

Sempre fui admirador do povo do campo. Meu pai era dentista prático e grande parte dos seus clientes era da zoana rural. Eram os mais gratos, sinceros, leais e educados. Adorava ficar ouvindo as palestras do meu pai com o povo do campo. Algumas dessas conversas guadei na memória por toda a vida. O povo do campo transpirava dignidade, Meu pai sempre dizia: - O homem do campo tem palavra, cupre trato, não engana ninguén. Desde a infância e adolescência que admiro o pessoal do campo.

Mas essa admiração se consolidou de verdade nos anos que trabalhei no Banco do Nordeste: 30 anos na carteira rural, sempre em contacto com o povo do campo. Sempre preferi as tarefas inerents ao atendimento ao pessoal do campo. Vou confessar algo: quando comecei eu não entendia patavina dos problemas do campo, não sabia nadinha de agricultura e nem de pecuária. Mas, mesmo assim, fui logo designado para tomar as propostas dos clientes da zoana rural. Acho que isso se deu devido a minha admiração por essa gente, os demais colegas não toparam. Foram os homens do campo que me ensinaram agropecuária. Foi conversando com eles, indagando, perguntando, ouvindo, que fui dominando as tarefas do crédito rural.

Com pouco tempo já dominava a função. E o mais importante: á conversava com o homem do campo na sua própria língua. Para mim o que aprendi de mais importnte com o hoem do campo foi a humildade, a solidariedade e o senso do dever. Eu sei que em todos os segmentos sociais há pessoas boas e pessoas más. Mas na zona rural a percentagem do bem é muito maior. É claro que houve exceções. Mas u percentual infimo, quase traço. O homem do campo tinha até medo de dever a banco e vergonha de ser cobrado.

Vou ser mais direto: durante mais de 30 anos de banco os grandes clientes deram uito mais trabalho e prejuizo que os pequensos e médos produtotres. Juro.

Se há uma coisa que tenhosaudade dos meus tempos de bancário é dos colegas e do contato com o pessoal do campo. Adorava conversar com aquele pessoal. Lembro de varios deles. Não acho que sejam ex-clientes, mas meus amigos, camaradas, pessoas que estimei demais, a maioria á partiu, mas para mi é como se estivessem vivos. Nunca esqueço aquele tempo.

Um dos orgulhos que tenho na vida é saber que ajudei muito o homem do campo, fiz o que pude, nunca prejudiquei nenhum deles, se houvesse uma brecha eu ajudava, na hora que nem caldo de cana. Uma das minhas alegrias quando encontro algum é saber que nunca me esqueceram. Detalhe: duvido que alguem da minha região aponte ou afirme que eu pedi u voto para algum candidato ou partido aos homens do campo. Parcipei da política, mas nunca usei a amizade e a minha função o banco para fazer política. Acho que eé por isso que sempre fui respeitado.

Que saudade do meu convívio com povo do campo. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 16/08/2018
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