Livro aberto

Nunca escondi nada e nem ambicionei ser graúdo, rico ou poderoso. Acho que fui sempre um acomodado. Jamais omiti meus erros, falhas e até pecados cabeludos, Fui - ainda sou - tipo livro aberto e sem mania de grandeza, conformado com minha vidinha simples. Não mudei nada. Eu su assim, como diz o samba, quem quiser gostar de mim eu sou assim.

Se antes não ligava a mínima para essa coisa chamada vaiade, hoje fiquei muito pior. Mais: continuo com repulsa ao falar v=baixinho, sussurando, cochichando, com medo de que alguém ouça uma queixa, crítica ou bronca e cominique aos donos do mundo. Cochichar nem em confissão, porque não me confesso, só a Deus.

Tudo bem, há quem lamente não ter sio um vitorioso, um figurão, um notável, uma celebridade matuta. Isso só me faz rir. Sm, porque apesar de reconhecer que minha vida foi- e é - simple, modesta, medíocre, acanhada e de não ter amealhado dinheiro e nem bens, nem tampouco fazer part de nenhuma sociedade, me considero, pasme, feliz e acho, pasmem outra vez, que desfrutei - e ainda desfruto - de uma vida ótima, graças a Deus. É isso, mesmo sendo pobre, sem lenço e sem documento, sem nnhum título, sem nunca te participado dos podres poderes, sem mndar em nada, acho que a vida é bela.

Tenho a mais absoluta certeza que valeu - esta valendo a pena - viver esta vida modesta, ser livro aberto e, princialmente, nunca ter prejudicado ninguém. Mais: sempre ter estado do lado da corda mais fraca, sem jamais, jamais mesmo, ter perdido meu brio, minha honra e minha dignidade. Nunca fui santo, acho que santo só existe no céu, mas honra a gente é obrigado a ter, quem não tem não é gente, e coisa.

Bom, vou ficando por aqui, essa espécie de desabafo é porque algumas pessoas, algumas delas até amigas, acham que sou u caso perdido, alguém vencido, um caso perdido. Mas que posso fazer se sou assim e assim me sinto feliz? Agora vou tomar um café forte edeois tomar um cálice de licor de jenipapo. E ainda vou até uma ou duas da madrugada e divertir lendo u romance policial arretado. Sou mesmo um caso perdido. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 04/08/2018
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