Café

Ao despertar desta manhã, levanto, pego meu celular e vou para a cozinha.

Com os olhos ainda meio sonolentos, olho com uma certa dificuldade a claridade da manhã, e toda a sua energia, que aliás não estava ligando muitos. Dominado ainda pela preguiça, a vontade de ficar deitado mais alguns minutinhos na cama, quentinha, aconchegante, me chamava.

Resisti com certa dificuldade, e pensei nas minhas atividades que tinha programado para aquela manhã que estava começando, totalmente amarela pelo sol meio alto que estava.

E pensando nisso, olho a hora, ainda eram seis e quarenta. Dou uma olhada no celular, não vejo nenhuma coisa que me interesse.

Vou até a mesa e pego o meu bule de café, lavo ele e deixo ele ali do lado em cima da pia. Pego o canecão e encho de água, e acendo o fogo, assim os preparos para fazer café.

A água ferve despejo no filtro de café cheio de pé, e o conato da água quente com o pó faz um vapor que automaticamente enche a cozinha com o aroma típico de um café fresco. Uma das fragrâncias que mais gosto de apreciar, ao de lado de cheiro de terra molhada (mesmo eu ficando com falta de ar, por causa da asma que tenho), cheiro de pão feito na hora e livros novos.

Depois de cheio o filtro e o canecão vazio, vou até o sofá me esparro no sofá enquanto espero que fique pronto.

Encho a caneca, e levo a boca, imediatamente um raio de luz entra em minha mente, parece que foi apertado o botão de iniciar, e parece que tudo começa a fazer sentido e as sensações do corpo aos poucos também se iniciam, e assim a vontade de fazer as coisas.

Coloco minha lista de afazeres em mente e começo a me programar para o dia. Nem sempre cumpro o que me proponho quando faço essa minha lista de manhã. Aliás, se eu for contar os itens que acabo não fazendo nessas listas que eu monto de manhã daria mais de trinta livros.

A preguiça e outros impedimentos, me bloqueiam de fazer muitas coisas, coisas que deveriam ter mais prioridade, mais acabo não fazendo.

Aí que entra o café, ele é um dos motores para que eu possa combater essa sabotagem que acontece todos os dias, mas nem sempre ele é tão forte quanto eu gostaria que fosse, mas acredito que sem ele teria feito menos ainda.

Pode se dizer neste momento que ele se apresenta não só como uma bebida extremamente popular, e pertencente a nossa cultura hoje em dia, mas não é só isso, ele tem se apresentado não só para mim mas para uma grande parte da população, uma droga tão inevitável quanto qualquer outra, ainda mais associado com a droga mais potente que temos hoje em dia, que é o açúcar.

Mas nossa o açúcar? Sim ele mesmo, pois não tem como você imaginar o mundo contemporâneo de hoje, eu simplesmente não consigo, devido a dependência que estamos dessa droga.

O café como droga ou como remédio ou simplesmente como uma bebida agradável, está presente todos os dias em nossas xícaras, canecas, garrafas, o importante é beber café.

Se ele é bom, ruim ou ainda não podemos dar um julgamento final sobre, que as manhãs continuem com ele, e que os cheiros de todos os cafés que tomam, não importando a hora do dia, traga recordações boas ou que faça novas recordações a partir do aroma e do sabor dessa bebida que toma conta dos nossos lares, e que está presente em nosso cotidiano, e que muitas vezes ele é a única companhia de muita gente, mas aí já é assunto para outro dia.

Enquanto finalizo o meu café... tudo isso já passou pela minha cabeça e foi se foi, para que eu pudesse seguir meu dia.