Coerência não é fanatismo

Concordo plenamente que a pessoa deve ser coerente com suas idéias e história de vida. Nunca deve se transformar num vira-casaca. É preciso ter e preservar idéias, sobretudo as próprias.

No entanto, hermnas e hermanos, destesto quando a coerênca vira obsessão e fanatismo, ua quase religião. Explico: quando quem professa ua idéia, ideologia, causa ou o escambau de pensamento é incapaz de discordar das decisões das patotas ou corrente (este apelido é mais apropriado porque lembra acorrentados à idéia fixa ou bobagem da direção da patota). Discordar é um direito, divergir, discrepar e claro, não seguir as decisões da maioria quando achar que é errada, burra e inconsequenete. A coerência não pode sr cega e nem virar um dogma, um mandamento, se não cumprir é pcado mortal. Seguir a risco decisões sem concordar com elas é ser obcecado, fantático e marionete.

Gosto muito do que disse Clarice Lispector: "Se você procura alguém coerente, sensata, politicamente correta, racional, cheia de moralismo... Esqueça-me! Se você sabe conviver... com pessoas intempestivas, emotivas, vulneráveis, que exploram emoções: acolha-me". Acho lúcido esse pensamento dela, pode até ser meio radical, mas é uma declaração de que renegou a coerência obsessiva. Clarice viveu na contracorrente. Era livre.

No mais, devemos mesmo ser coerentes, não ficar mudando de lado, mas nunca, jamais e nem em tempo algum deveos ser escravos de u dogma, incapazes de divergir. Esse tipo de coerência devemos mandar às favas. Aos mais fanáticos pelas linhas e decisões das cúpulas (algo parecido cópula primísuca) nunca pe demais lembrar a gozação de Nelson Rodrigues: "Toda coerência é, no minimo, suspeita". Esse cara era u gozador. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 28/07/2018
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