O termo muito utilizado pelo ex- presidente Fernando Henrique Cardoso o tal de "presidencialismo de coalizão" é apenas um eufemismo de muito mau gosto para descrever o apadrinhamento político, o clientelismo e velhas políticas oligárquicas que perpetuam-se no poder desde da fundação da República em 1889.
A corrida pelas urnas já começou. Alckmin conseguiu apoio do maior grupo político do legislativo, o chamado centrão. Com isso seus horários na televisão irão sofrer um aumento exponencial.
Ciro Gomes embora consiga com desenvoltura projetar projetos para o Brasil esquece que seu caráter intempestivo mais atrapalha que ajuda. A arte política na modernidade nao é um lugar de virtude como pensava Aristóteles, mas sim, de guerra e de ação prática como descreveu Maquiavel no seu livro "o príncipe".
Ao lado dele o aumento nas intenções de voto para o deputado federal Jair Bolsonaro trazem um risco ao Brasil para um governo mais liberal com moldes totalitários explícitos. O fenômeno dos chamados "bolsominions" nada mais é do que o reaparecimento do velho fascismo. Pois este surge, como diria o filósofo Umberto Eco, quando tudo na sociedade está confuso e incerto. Nenhuma novidade, portanto.
Ademais, o único candidato à esquerda com reais intenções de voto é o próprio Lula. Mas com a judicialização dos magistrados atuais e o crescimento das decisões arbitrárias fazem que sejam ínfimas as possibilidades desse candidato concorrer ao pleito eleitoral.
Segundo duas matérias escritas hoje no Jornal do Brasil mesmo com a crise econômica atual o banco espanhol Santander: "obteve um aumento real de lucro de 3,025 bilhões de reais líquidos”.
Aumenta-se, portanto, a concentração de renda, o rentismo e a agiotagem legalizada. Enquanto o povo sofre à revelia o desemprego, a escassez da saúde e a volta da fome.
Quando o filósofo Thomas Hobbes descreveu no seu livro Leviatã que "o homem é o lobo do homem" ele não conhecia tamanha vileza e mau caratismo da classe política brasileira. Mais do que lobo são verdadeiros parasitas e embustes da classe trabalhadora, sofrida e marginalizada. Essa sim explorada desde da chegada do primeiro navio português na costa da Bahia.
O Brasil pede socorro. Mas nesse jogo de cartas marcadas das velhas raposas da burguesia, o futuro, creio, não será nada glorioso.