NADA COMO O PRAZER DO RELAXAMENTO
Mais de dez dias de jornais não lidos, mas não me despedirei deles sem os folhear. Sei que folhas não chegam a se despedir das árvores quando caem, e que talvez o mesmo aconteça com as frutas, assim como não nos despedimos dos que morrem sem a gente querer. De qualquer forma, não podemos é morrer em vida.
Por essas e outras tenho dito que escrever é preciso, ler é preciso, fantasiar é preciso; e principalmente olhar para o chão e não pisar na lama ou em coco de cachorrinhos que não nos pertence. É preciso ficar sempre atento para que água de poças paradas não respingue na gente.
O comportamento das pessoas tem mudado tanto, que numa loja depois de comprar um par de óculos, a mocinha me deu um papelzinho com um endereço que era onde levar os óculos caso tivesse problemas com isso, com aquilo ou com aquilo outro. Dois endereços diferentes para dois tipos de reparos. Nunca na vida recebi tanta recomendação sobre óculos. Agora estou com a sensação de que levei gato por lebre, ou será que o que ela embalou não é o mesmo que experimentei? Agora é tarde para suspeitar dos óculos.
Para falar a verdade, estava com a cabeça em outras compras quando ela me deu o papelzinho. Passear no shopping de cidade grande faz estes efeitos de relaxamento na gente. Já a escrita, nos relaxa mais ainda, pois não temos que pagar por nada e o tempo gasto é com alegria e sempre nos sobra a sensação de sabedoria. Aquela sem prescrição, sem receita, que aumenta o nível de dopamina no cérebro e nos faz sentir graciosamente melhores.