A Grande Guerra universal de Pasargada

A Grande Guerra universal de Pasárgada

Era um dia de semana; um daqueles dias modorrentos e tranquilos como costumam ser os dias aqui no Reino perdido de Pasárgada. De repente, dessa forma estrondosa com que se estabacam na cabeça das gentes, os de repentes, um barulho imenso, pororocante, desce invadindo os domínios do Príncipe Baltasar, o Persa...

Um mastodonte antediluviano, um ente escapado da arca de Noé, desce a avenida Central (a única, a bem da verdade) de Pasargada, anunciando em brados trovejantes, a salvação para todos os seus habitantes.

"Venham todos à nossa Igreja e a salvação se fará de imediato!"

"Tiramos o diabo do corpo e botamos ele pra correr!"

"Pare de sofrer, infeliz!"

As propostas eram tão tentadoras que o Príncipe Baltasar, o Persa, temeroso de uma sublevação maciça em seus domínios, (nessa altura, já se amontoavam nas cercas da paliçada do Palácio do Príncipe, todos os habitantes de pena e sem pena do reino, seqiosos do tal maná da salvação) convocou o conselheiro-mor, o bruxo Dom João, o Rompedor de Barreiras, para dar cabo de tão perigosa situação.

Assim falou o Príncipe Baltasar, o Persa, sentado em seu trono dourado:

"Dom João, o senhor precisa contornar, ou melhor, debelar de uma vez por todas, esta ameaça universal, comandada pelo Emir Maiscedo, o Usurpador, que está fazendo perigar as estruturas Pasargadianas!"

Condoído pelas agruras vividas por seu príncipe, o bruxo Dom João convocou à sua presença, invocando raios e trovões, o Saci Pererê, o Boitatá e a Caapora pra acabar com a ameaça universal que estava fazendo tremer as estruturas do Reino de Pasárgada.

Depois de dias de batalha renhida entre o mastodonte da ameaça universal e as forças de autodefesa de Pasargada, finalmente a paz foi conquistada.

Os heróis pasargadianos conquistaram uma retumbante vitória final em Armagedon, botando o mastodonte universal pra correr de suas terras.

Houve um habitante de Pasárgada, um quinta-coluna, que ficou muito insatisfeito com o desfecho da contenda: a agente secreta Greta, disfarçada de Mata Hari, torcia desavergonhadamente pelas tropas da ameaça universal, pois já havia feito um acordo (também secreto, como devem ser os tais acordos secretos) com o mastodonte da ameaça universal: seria ela, Greta, a nova rainha de Pasárgada.

Como tudo fica bem quando termina bem, todos viveram felizes para sempre no Reino das Águas Claras de Pasárgada, mesmo com alguns de seus habitantes a olhar atravessado para a agente secreta Greta.

Traidora infame, essa cadela!

Aprendiz de Poeta
Enviado por Aprendiz de Poeta em 26/07/2018
Reeditado em 27/07/2018
Código do texto: T6400528
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