Flauta e Amizade

Sempre admirei as pessoas que possuem um apego especila determinado objeto, o qual vira uma espécie de bem intrínseco, cujo valor é, para o dono, incomensurável, é assim que vejo o sentimento de algumas pessoas por um bem de estimação.

Vou contar um causo envolvendo um desses bens. Havia um professor no ginásio que eu estudei, ensinava "Canto Orfeônico" (música). Quase ninguém levava a sério a matéria e nem o professor. Não que não gostasse dele, mas achavam a matéria desnecessária. Mas o professorse esforçava conseguiu até forar um coral. Detalhe: fui excluido desse coral, o professor fez um acordo comigo, eu não abria a boca e só tirava dez, minha voz era horrível - ainda é - e sou desafinado atpe assoviando. Eu paticipava na igreja do coral, masnão abria a boca. Bom, vamos ao que interessa. O professor possuia uma flauta, acho que de uito boa qualidade, digo issoelo zeloe carinho que ele tinha por ela, pela maneira cuidadosacom que colocava na caixa, retirava, colocava de novo no final da tocata. Ele tocava auma valsas lindas. Ele dava aua na nossa classe depois do recreio. Quando tocava orecreio ele colocava a caixa com a flauta e cima do birô e ia tomar café na diretoria. Um dia não fui pro campo no Recreio, estava com um pouco de asma, fiquei escorado na parede fora da classe e vi um colega, amigo do peito, entrar sorrateiramente e retirar a flauta da caixa e sair com ela. Como era presepeiro, pensei que ele iria esconder e depois do susto entregaria ao professor, ele nao me viu. Bom, gazeei, comode costume a aula de Canto Orfeônico, mas u irmão que assistiume disse que o professor ficou muito triste co o desaparecimento da flauta, só vfz dizer: - A flauta desapareceu! Algum de vocês escondeu? Ninguém se manifestou, oirmão me disse ainda que caia lágrimas dos olhos dele. Fiquei triste, eu vira o aigo levar a flauta, gpstava do professor, um ser humano arretado, fraterno, amigo do meu pai, um sueito idealista. Mas era amigo também do sujeito que escondera a flauta. Estava ainda cansado, o peito chiando, naquele temó nao tinha bombinha, tomei dois filinsma e dois asmac, e resolvi ir à casa do amigo que ficava quase fora da cidade, longe, uma caminhada danada para um asmático. Mas fui. Cheguei lá aos baques. O cara me viu e foi logo perguntando: - Você veio aqui por causa da flauta do professor, não foi? Você viu quando eu tirei da caixa e ficou com peninha dele. E ficou e gozando, mas aí, mesmo cansado e já tossindo, disse a ele sério que ou ele entregava a flauta ou a nossa amizade terminava ali. Ele pensou um pouco e resolveu entregar a flauta, mas disse: - Entrego a você e aí você entrega ao professor, mas sem dizer o noe do santo que surrupiou o instrumento. Acordo feito. Ele me entregou a flauta eu voltei com ele na mão,caminhei mais uns dois quilômetros, quase desmaiando, subiuma adeira enorme ate a casa do professor. Bati na porta, ele abriu e eu entreguei a flauta. Ele sabia que não tinha sido eu o autor, sabia tambem que eu jamsis diria quem foi, nem ele estava ligando para isso. Dos seus olhos descia ágrimas, mas de alegria. Gritou: - Neusinha, acharm a minha flauta. Foi uma festa, a mulher se descupou por não poder me ofrecer u lanche, mas botou u pedaço de bolo ja meio duro que tomei com café,estava morto de fome. Tive ainda que me demorar um pouco porque o professor fez questão de tocar na falauta uma música que eu gostava muito Petit Fleur. Depois fui embora.

O amigo nao ficoucom raiva mas sempre dizia que eu agora era afinador de flauta. Sempre que ouço a música francesa lembro do professor, do causo e daqela época. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 25/07/2018
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