Súditos sem saída, SSS
Uma vez no poder, é preciso uma estrutura moral muito sólida para vencer o oportunismo e a avidez pela continuidade no cargo ou no exercício do poder. Já dizia Maquiavel, “Dê o poder ao homem e descobrirás quem ele verdadeiramente é”. Só isso explica o abandono do estoicismo de inúmeras pessoas que tinham a esquerda como bandeira e depois passaram a adotar práticas direitistas que tanto condenaram.
Não sabemos dizer se este cenário se aplica a toda América Latina, mas sem dúvida se apresenta da forma mais do que transparente no meio político brasileiro.
Nosso ex-presidente, por exemplo, condenado e preso, luta de todas as formas para ser absolvido e eleito novamente. Sem a menor preocupação quanto ao expressivo apoio por ele concedido ao responsável pela liquidação econômica do Estado do Rio – Sérgio Cabral – e líder incontestável da mais espetacular atividade corruptora em nosso país.
Nesse contexto, não será nenhum absurdo dizermos que talvez a maior parte da sociedade brasileira não tem motivos para confiar em QUALQUER dos candidatos à presidência do Brasil. Embora, ironicamente, seja obrigada a votar em um deles. O que pode trazer para o país os mesmos resultados desastrosos, segundo muitos, que os cariocas vêm experimentando em relação à cidade do Rio de Janeiro.
Rio, 06/07/2018