Babaquice da gota serena

Confesso que de certa forma sou um cara babaca. Um babacão como diz uma amiga. É que tenho algumas manias que parece coisa de doido, de sujieto piradão, fora da curva.

Dentre as manias está uma babaquice da gota serena: ficar nma mesinha nos café e até restaurantes, sozinho, tomando um cafezinho ou uma cachacinha de leve, observndo as pessoas. Fico na mesa no final perto da port de entrada, e fico observando disfarçadamente uma pessoa, escoho a esmo. Primeiro boto um nome, depois calculo a idade, invento uma profissão, escolho estado civil, número de filhos ou sem filhos, situação financeira, se está feliz ou não... E por aí vai. Detalhe: levo sempre uma caderetinha e vou anotando não riam, é verdade, juro. Exemplo: Doralice, funcionária pública cargo alto, atualmente alternando períodos de alegria e de ansiedade e tristeza, pa esteve à bera da depressão, ainda faz análise, é divorciada e tem dois filhos, está estourando os cartões e o cheque especial, mas ganha bem e vai rolando as dívidas. Está saindo com Roberto, um dentista de 56 anos casado mas que diz que breve se divorcia. Doralice todo ano faz planos de viajar à Europa mas as finanças não permitem...

Depois rasgo o que escrevi, até porque nunca revejo essas pessoas, apenas divaguei, banquei o advinho de marré-marré. Mas alguns amigos dizem que mesmo doido acerto muito na avaliação das pessoas. É mentira, é corda, é gozação. Digo isso porque dia desses, hermanas e hermanos, encontrei de novo Doralice, ela estava na fila da loteria conversando com um irmão meu, depois que ela saiu, pergunei a ele quem era. Era uma freira, sem nada a ver com a minha avaliação. Não disse nada ao irmão, mas depois que ele saiu eu ri tanto que a asma quase bate. Ri de mim mesmo. Sou mesmo um babacão. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 09/07/2018
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