A arquitetura do amor

O amor é feito de escolhas diárias. Renúncias, sacrifícios e ajustes. Abrir mão do meu, do eu, em prol do seu. Ele não vem pronto, mas se faz, se tece, se entretece nos fios do respeito, da amizade, da admiração, do carinho e tantos outros ingredientes que, com o tempo, o tornam sólido e belo. Ingredientes que preciso cultivar antes que os possa oferecer ou demandar do outro. O amor não se encontra, se constrói.

O coração disparado e o fôlego curto do tal amor à primeira vista são somente um portal, uma pequena amostra da estrada a se percorrer. Como poderia ver a estrada adiante, se devo formá-la, delineá-la com cada escolha, cada decisão? Curvas e retas, subidas e descidas, lombadas e acostamentos criam-se dia após dia na estrada do amor. Escolho construir nessa estrada algumas “áreas de descanso”, com bebedouros jorrando água fresca para matar a sede. Num ponto mais bonito, por que não fazer um belvedere? Eu posso sim decidir onde e como investir. No amor, como em tudo mais na vida, a Lei Universal da Plantação e da Colheita é tão real e ativa quanto a Lei da Gravidade. Tudo o que eu plantar, vou colher. Eu escolho plantar o amor.