C a r i n h o

Reconheço que estou numa maré baixa, minhas maltraçadas estão como a canuga da perua: de pior a pior. Até meu neto, meu assessor na área da informática, está dizendo rindo: - Véio você tá escrevendo muita merda!. Que posso dizer, se é verdade? Não dá para forçar a barra, sou limitado, termino ficando tocando o samba de uma só. Mas vício é vício, e eu nao escrevo por vocação mas por vício. Juro. E hoje, domingo, dia que acho absolutamente chato (já gostei décadas atrás, estão ligados sobre o motivo? ), a manhã foi no café remorando o passado com os irmãos e o papo foi só doença e depois ver o jogo do Brasil contra a Áustria, qa seleção jogou bem e acho que é forte candidata a campeã. Exigi desligar o som porue não aguento ouvir narrador e nem comentarista.

Bom, vamos a um assunto que, em meio às doenças, conversei com os irmãos e sobrinhos. Conheci um sapayteiro que era especialista em consertar bolas de futebol que furavam, principalmente aquelas marca Drible número cinco que Aragón falou numa crônica, Elas ficavam novinhas em folha. Era atabpe um arretado em colocar meia sola em sapatos, ficavam estalando de novos,

Esse velho gostava de assistir às peladas da garotada, sua "tenda!" ficava nas proximidades do nosso campinho. Como, devido à asma, eu só jogava meia hora ficava conversando com ele, o sujeito er amgo do meu pai. Era um cara que contava muitas histórias, todas verdadeiras, e dava bssons conselhos. Certa vez ele me disse algo sobre o carinho que nuca esqueci. Ele disse: - Olha, rapaz, quando você quiser saber se um garoto tem jeito para jogar futebol ou não, basta ver como ele pega a bola com as mãos. Com as mãos e nao com os pés. Se ele pega na bola com carinho. amolegando, alisando, como se tivesse pegando na mão da namorada, pode ficar certo que tem jeito para o futebol, mas se ele pega na bola como se fsse um treco qualquer, com grossura, sem carinho, não vai jogar nada, vai ser um perna de pau. Bingo! Foi uma das maiores verdades qie ouvi. E usei - e uso - isso nao so em relação ao futebol, à bola, mas a tudo, o pegar na caneta, no livro, na carne para assar ou guisar, na fazenda para costurar, em tudo na vida, inclusive em relação à pessoa que se ama. O carinho com que se toca, se alisa, se pega é definitivo patra julhar alguém.

Sempre me lembro do velho sapateiro, nunca foi à escola, mas sabia das coisas. Sem carinho, hermanss e hermanos, não se chupa direito nem um picolé. Sem carinho a pessoa vive com raiva, azeda, vira vinagre. Ainda hoje lembro do sapateiro. Ele acreditava no carinho como parâmetro para anaçisar as pessoas. Estava certo. Inté.

P.S. Estou escrevendo muita besteira. Pardón.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 10/06/2018
Código do texto: T6360533
Classificação de conteúdo: seguro