P a r d o n

Peço desculpas em français: pardon. É mais chiquê como diz uma amiga minha que quando faz uma merda muito grande, tenta se redimir fazendo um biquinho e pronuciando pardon que nem Brigitte Bardot fazia. Resultado, até os mais durões, tipo Seu Lunga perdoam a danada.

No que me diz respeito peço também pardon, em francês, mas sem fazer biquinho, sou um cara à antiga que acha que fazer biquinho é frescura. Onde já se viu um nêgo do beição pronunciando pardon e fazendo biquinho. Seria frescura, no sertão não tem disso não.

Pois é, se por acaso feri susceptibilidades, se alguem se sentiu vítima de minhas arengas, mesmo feitas involuntariamente, peço pardon. Apenas justifico que as pessoas são como são. Eu su um sujeito quem tem um estilo muito pecualiar, próprio, definido, sou um matuto do sertão, sempre digo o que penso, tenho um linguajar regional, talvez meio rude, e tambem sou chegado ao humor, não sou, confesso, um cultor das boas maneiras e nem da finesse, a miha seriedade não está no linguajar. Não posso depois dos seenta mudar meu jeito de ser. Há sim nas minhas arengas poiticas algum tipo exagero proposital, para que negar? , mas longe de mim qualquer maldade ou ilação maldosa e muito menos inverdade. E de uma coisa anão abro mão: respeito à honra alheia.

Mas escrevendo muitas vezes a gente, até por confiança e camaradagem, às vezes usa ua expressão que pode parecer algo politicamente incorreto, mas não se trata de ofensa, picuinha ou maldade, mas, como diz o meu neto, "falha nossa".

Fico triste quando acontece algo que, sinceramente, não me sinto culpado. Mas é como sempre entendi, a minha linguagem é popular e muito livre, isso gera malentendidos.

No mais, pardon, como disse Mestre Ataulfo Alves, foi feito pra gente pedir, mas sem fazer biquinho quem a minha amiga. Inté.

P.S. Adorei a operação que mestre Yamânu fez na minha fotografia, principalmente o beição. Está arretado.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 08/06/2018
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