Pudim, formiguinha e grossura

Vivo numa dieta braba. Só como o que não gosto. Como para sobreviver. É uma tortura, mas que fazer? Se a comida é essa pra que engulhar? É se conformar e priu. Certo? Errado. Sim, porque aqui e acolá dou meus pulinos fora, mijo fora do caco, driblo a dieta.

Uma das minhas farrapadaqs se dá quando vou fazer o jogo na lotérica. Ela fica num mini shopping, lá tem uns restaurantes tipo classe média qe não é alta, tão ligados? Mas são ótimos. Sou cliente contumaz de um deles, o que serveum pudim, coo diria Giovanni Improta, "felomenal", de leute condensado, arretado. Sempre traço uma porção. Quando vejo aquela tacinha com aquele pedaço de pudim envolto por aquele mel e com umas ameixas em cima, fico com água na boca, babo de prazer. E vou traçando bem devagar, saboreando, degustando, com uito prazer, emoção, parece aé mino na roda-gigante. Não, não posso renunciar e esse tipo de pecadilho contraa dieta.

Pois bem, estava traçando o pudim, a mocinha que atende que sabe da minha farrapada, contei a ela, rindo, quando de repente, não mais que de repente, um carinha fantasiado de rico (digo fantasiado porque rico de verdade não come em restaurante de classe média baixa), começou a dar um clilique de igonorância. Ficou em pé e começoua gritar com um celular na mão filmando: - Vou fazer uma denúncia às autoridades da saúde pública! Isso é um atentado à saúde, u crime... E continuou esbravejando, era vizinho à mesa que eu estava, então olhei pra mesa dele e perto do prato, não estava no prato, havia uma minúscula formiguinha dando um passeiozinho, bem pixototinha, não era barat, nem inseto grande, era uma formiguinha de nada, uma subversivazinha de nada. A mocinha, que é bem delicado, um amor de pessoa, pocurou acalmar o ignorante, inclusive alegando que limpari a mesa e traria outro prato, mas ele nao aceitou, queria dar espetáculo: - Não me venha com panos quentes. Houve um crime contra a saúde púbica, gravei e vou processar o estabelecimento, só preciso sde uma testemunha. Será que nao tem um homem aqui que possa testemunhar? E olhou para mim, fixou aqueles oião grandão em mim. Nao aguentei. Dei uma bicada ano pudim, estalei a lingua de prazer e respondi ao sueito: - Homem tem para dizer que você é só um ignorante, tá querendo aparecer, fazendo carnaval or causa de uma formiguinha que nem está na sa comida. E me levantei, passei o dedo na formiguinha e coloqueia-a junto à taça do meu pudim. Ele ficou embasbacado e afirmou que eu estava sendo conivente com um atentado à saúde pública. Respondi: - Que atentado, seu bosta. Você é quem pode ser processado por difamação, calúnia e por estar constrangendo uma moça. E ele com aquele celular grandão na mão, meiosem jeito, as pessoas rindo, entãodei o xeque-mate: - Pegue esse celular de merda e bote no bolso, isso todo mundo tem, mas pode tamabém enfiá-lo no fiofó. O cara disse apenas qe anão ia se trocar com um velhoe foi embora. Voltei a comer meu pudim.

A dona do restaurante me agradeceu e disse que o próximo será por coanta da casa. Vou cobrar. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 17/05/2018
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