Ditadura e farinha do mesmo saco

Quando dos assassinatos no DOi-Codi, do Exército, de Herzog e Manuel Fiel Filho, o então presidente (ditador) Geisel demitiu o comandante do segundo exército Ednado D'Ávila e o ministro da guerra, Sílvio Frota. Quase todo mundo ficou pensando que o presidente-ditador era contra o assassinato (que chamavam execução, um sinînimo) de presos políticos. Correto? Agora há controvérsias. E sérias controvérsias.

É que descobriram um memorando secreto da CIA (sempre a CIA, cioncidência?) que diz textualmente que o general Ernesto Geilsel, que exerceu a presidência (na era da ditadura militar) entre 1974 e 1979, sabia e autorizou, pasmem, execuções de opositores (presos políticos).

O documento estarrecedor, para dizer o mínimo, é de 11 de abril de 1974, é do então doretor da CIA, William Egan Colby, endereçado ao secretário de estado Henri Kinssinger. Tornado público recentemente pelo governo americano, foi revelado pelo pesquisadorMatias Spector, da Fundação Getúlio Vargas. O memorando relata um encontro entre Geisel, Hoão Batista Figueirêdo, entõ chefe do SNI e os generais Milton Tavares de Souzae Confúncio Dantas de Pauala Avelino, ambos do Centro de Inteligência do Exército (CEI). O general Milton, segindo o documento, disse que o Brasil não podia ignorar a "ameaça terrorista e subversiva" e que deveriam contnuar as ações "extra-legais" (execução de presos políticos) contra "subversivos perigosos", No ato de 1973, 104 pesoas "nesta categoria" foram sumariamente executadas pelo CIE do Exército.

Mais: o encontro se deu em 30 de março de 1974, de cordo com o memorando, segundo o qual Geisel pediu na ocasiaão para pensar a respeito.

Pensou. E em primeiro de abril, o presidente Geisel disse ao general Figueiredo que a política (assassinato de presos políticos) devia continuar, "mas deve-se tomar muto cuidado para assegurar que apenas subversivos perigosos sejam executados".

Ainda, segundo o relato, todas as execuções deveriam ser aprovadas pelo general João Batista Figueiredo - sucessor de Gelsel como ditador.

Segundo o pesquisador, Spector, este é o documento mais perturbador que já leu em 20 anos de pesquisa.

Sem dúvida, de acordo com esse memorando da CIA (não se trata de denúncia do PT e nem de grupo esquerdista nenhum, mas da CIA, que inclusive treinou militares na arte da tortura e assassinato em todo o cone sul), Geisel só retaliou no caso dos assassinatos de Herzog e Manoel Fiel Filho, porque les anão seguiram o procedimento padrão, ou seja, não foram autorizados por ele e Figueirêdo.

Não dá para não ficar estarrecido com um absurdo desses. A Comissão d Verdade deve incluir esse memorando nas suas conclusões. Isso pova que todos os ditadores são farinha do mesmo saco, não são melhores que Videla e nem Pinochet.

Esse fato já é do conhecimento de todo o mundo. Mostra, despe, desnuda e rasga por completo a fantasia dos ditadores do golpe de 64. É preciso não esquecer esse crime inominável, covarde e fascista. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 11/05/2018
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