Meu Caderno

A minha querida hermana, Atizinha, num comentário a uma das minhas maltraçadas, sugeriu que eu desse uma palinha sobre o meu caderno escolar onde anoto frases, impressçoes, onde tamabém no decorrer do tempo colei matérias, fotos e o escambau. É um velho caderno escolar, já amarelecido pelo tempo, inclusive com manchas de café que deramei em cima dele sem querer. Não, não é diário, nele apenas coloquei algumas impressões, só. Nele está colado, por exemplo, o manifesto do MR 8 quando sequestraram o embaixador dos EUA, o bilhete da renúncia de Jânio, a carta testamento de Getúlio, aquela foto clássica e memorável de Itamar Franco num palanque no Rio acompanhado de uma moça que não estava usando calcinha, a foto daquelas crianças fugindo da guerra do Vietnã, atacadas por bombas de Napalm pelos americanos, uma menninha está até nua..., e frases célebres.

Esse caderno deve ter uns 40 anos, me foi presenteado por um sobrinho, ele ganhou no colégo e meu deu, queria me dar um presente e só tinha esse caderno. O caderno tem o retrato de uma menina indo para a escola e atás o Hino Nacional. Já pelejaram comigo para mandar digitar o caderno e jogá-lo fora. Não aceito, eu adoro esse caderno, gosto dele velinho, é meu cpmpanheiro de lutas. Já perdi tanta coisa, relógios, livros, documentos, mas esse caderno não perco. É de estimação. Vou confessar algo: quando estou sem assunto nenhum, abro ele em qualuer página e acho um assunto.

Nunca se deve deixar os amores antigos pelos novos. O caderno é alguém familiar, sem ele fico sem uma parte de im. Juro. Inté.