Coxinho e a molinha

Não se discute que vivemos numa sociedade e numa época de culto quase total à estética física, à beleza, ao corpo, enfim, há um conceito mercadológico do que é beleza - é o exterior, e priu.

Falei que isso acontece hoe, mas a franqueza, embora seja saudosista inveterado, me obriga a reconhecer que esse conceito da estética da beleza física (exterior) sempre existiu. É "véio paca". Quem não é bonito, segundo os padrões da moda, perde pontos em todos os sentidos. Sofreu ontem e sofre hoje, mesmo com os avanços da cidadania. Claro que sou contra, sempre fui. Mas é pregar no deserto porue até quem não se enquadra nas exigências da estética da moda, cncorda, pasmem, com esse absurdoe discriminação. Chamam de belo a casca, o invólucro, a embalagem, sem importar o conteúdo.

Mas vamos ao foco desta maltraçada, vamos sair dos entretantos e entrar nos finalmentes como dizia Odorico, mas o que vou comentar tem muito a ver com a rodeada de pote de conversa mole que fiz, tem a ver com u drible da vaca que o feio e antiestético deu no conceito de beleza.

Conheci - ainda conheço - no sertão, um cara coxo, baixote e feio que conquistou uma das mulheres mais formosas e disputadas da terra (era ainda mais simpática e carismática que bonita e muoto inteligente. Esse cara além de coxo, possuia um desvio no quadrilque fazia ma espécie de deslocamento quando ele andava, como se tivesse uma molinha. Mas como era ótima pessoa, uma figura humana excepcional, a solidariedade em pessoa, ninguém ria, quando um moleque apelidava ele nem ligava, mas quase outras pessoas tomavm as providências e não se repetia a zombaria. Resultado: esse cara conheceu a moça, ela se engraçou dele, começaram a namorar, noivaram e casaram. Não digo que não tenha havido alguma discordância, talvez familiar ou dos despeitados, afinal o cara tinha outro agravante, não era rico, mas era uoto trabalhador e começava a se sair bem em negócios, mas, repito, se houve censura eu não soube. Foi um casamento que deu certo, dá até hoje. O cara venceu nos negócios e está muito bem de vida e a moça foi professora do ensino médio durante 25 anos e ótima professora.

Como sempre me dei muito bem com os dois, aquee tipo de amizade em que se conversa tudo, em que nada é proibido, certa vez, depois de um almoço, sentados na sala eu fiz a ela, na presença do marido, a pergunta que sempre quis fazer: - Neguinha, me diz uma coisa, por que razão tu casou com esse sueito? Ela riu muito, até engasgou de rir, chegou a derramar lágrimas de rir, e respondeu: - Até que enfim você resolveu fazer essa pergunta, ja notei que você quis fazê-la diversas vezes, mas se arrependia, ficva com medo que eu ficasse constrangida, não foi? Olha, eu casei com esse coxinho por amor, só por amor. Mas vou te contar uma coisa que tu vai se surpreender: ele tem mesmo essa molinha na bunda, mas, cara, tem ouytra muito melhor na parte da frente, uma molinha mágia, num é bem? O cara só fez rir. São felizes, derrotaram a estética da beleza. Milagres acontecem de vez em quando. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 30/04/2018
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