Ópção não é obrigação

Estou sem ânimo para escrever sobre a crise, cansei, estou de saco cheio, sei que vou voltar a tratar do assunto, mas agora, hoje, não participar dessa novela triste, chata, nojenta, asquerosa e interminável. Não, nao vou falar do debate do ridículo STF sobre Aecim.

Vou voltar às minhas reminiscências nostálgicas e que, na certa, estão ficando chatas. Mas é o que posso fazer e gosto de fazer. E priu.

Não sou uma pessoa fácil de conviver, admito. Acho que devido a sinceridade e opiniões diferentes da maioria posso e devo ser enquadrado no listão dos empata-samba. Ser contracorrente, porém, é algo difícil. Juro. Exemplo: num grupo de 30 pessoas só você ter uma opinião diferente dos outros 29 é, à primeira vista, ser metido a besta, do contra, chato. Verdade? Há, hermanss e hermanos, controvérsias.

Como os mais adentrados nos anos sabem o FGTS foi criado pela ditadura militar. Foi ideia de Roberto Campos para quebrar a estabilidade dos trabahadores, que era obtida após dez anos de serviço na mesma empresa. É claro que com o correr do tempo o FGTS teve alguns méritos, porque o demitidosem justa causa podia sacar o dinheiro dele no fundo. Também popia aproveitá-lo para adquirir a casa própria.Mas a finalidade foi quebrar a establidade proporconada pela CLT.

Quando ingressei no banco não havia ainda o FGTS, mas quando inventaram a dreção do banco comunicou aos gerentes que recpmendassem a todos os funcionários "optar" pelo FGTS, não era opção mas algo forçado. Discordei na hora que nem caldo de cana. Fui o único. O gerente ainda tentou me convencer e até apelou para amizade pessoal porque convencer toda a equipe era meta. Nada feito. Sucederam-se gerentes e todos fizeram de tudo para que eu optasse, não optei. Fui levando até que completei 10 anos e ganhei a estabilidade. Pronto. Qualquer papo e eu dizia: - Nem converse, tenho estabilidade. Mas havia os meio prepotentes que diziam que eu estava prejudicando minha família que era por isso que não tinha casa própria e qe esse negócio de estabilidade era besteira que se o banco quisesse me demitia. Eu respondi no ato: - Só se eu roubar o banco. O banco, cara, não pode nem me transferir porque além da estabilidade eu sou delegdo sindical e da diretoria estadual do sindicato dos bancários. Mais um pio seu e eu lhe denuncio no sindicato. Acabou a pressão.

Muito depois chegou uma auditoria eu fui camado. chefe da auditoria me perguntou por que eu não optva apelo FGTS. Eurespondi que orque nao qeria, questão de princípio assegurado pela lei. Eleperguntpu se eu não confiava no banco. Fui sincero: - Não, não confio. Disse mais, que com minhas economis e a da esposa já tinha comprado uma casa e, mais, que havia um projeto que iria dar ao trabalhador o dirito de optar quando quissse com retroatividade, assim eu iria optar às vésperas de me aposentar. Mas o sujeito aproveitou para tirar um sarro: - É por isso que você não cresceu na instituição, ficou marcando passo. Respondi a ele: - è uma questão de opção, não nasci para fazer carreira, quem gosta de correr mito é veado. Ele baixou a cabeça e disse ao colega. - Esse sujeito é comunista, mas no fundo ele tá é certo.

Faltando uma semana para me aposentar optei, o gerente quis me prejudicar não compareceu à audiência, comuniquei ao juiz que era um cara que se dava muito nem comigo e que gostava de Garcia Márquez, conversávamos muito sobre os livros do colombiano. Ele me mandou sentar e ligou para o banco, para o telefone do gerente: - Alô, é o gerente? Olha, ou você vem assinar o termo de opção do fncionário ou eu mando buscá-lo debaixo de vara, preso. Não deu cinco minutos o cara chegou aperriado, assinou e pediu desculpas. Com o dinheiro do FGTS comprei um apartamento velho no Recife.Não tive prejuizo e nunca fui pressionado a nada, era não optante. Nunca me arrependi. Juro. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 17/04/2018
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