Ingratidão, uma pantera voraz

Não estranho e nem me surpreendo com as manifestações de júbilo e em aguns casos, orgasmo, dos que sempre foram adversários ferrenhos do PT e das esquerdas. Há exageros e até maldade, mas isso não causa, repito, surpresa.

Surpeesa causa, pelo menos a mim, pessoas que sempre foram respeitadas e até indicadas para cargos pelo Lula e pela Dilma, além do PT, terem sido verdugos implacáveis do ex-presidente. Não que suas indicações gerassem uma dívida, uma dependência, subserviência. Não se trata disso. Mas causa espécie que tenham tido um comportamento lastimável e completamente raivoso e ostensivo contra o habeas corpus, sem analisar com profunidade e sem respeito a presunção da inocência e muito menos ao fato que era legal a concessão do habeas. Dói, entristece, cnstrange e revolta que ministros que sempre foram defensores da democracia, da Constituição e da liberdade tenham tido um comportamento muito inferior a Gilmar Mendes. Este nunca teve nenhuma gentileza ou atenação de Lula e do PT, pelo contrário sempre foi radicalmente contra, mas ontem demonstrou que sabe ser juiz e nao tem medo de arrotos de fascistas e nem da arrogância de militares e nem da mídia fascista.

A história vai registrar a fraqueza, a ingratidão e a ausência total de misericórdia e respeito à Constituição daqueles que só são ministros hoje porque foram indicados por Lula e Dilma. Não se queria que não fossem indepoendentes, mas que fosse leais à Constituição e ao Direito.

Para fechar essa maltraçada escrta sem ódio, mas sem medo, em rancor mas com amargura, lembro um poema de Augusto dos Anjos, "Versos ìntimos":

"Vês! Ninguem assistiu ao formidável/ Enterro da tua última quimera./ Somente a ingratidão - esta pantera - / Foi tua companheira inseparável// Acostuma-te à lama que te espera!/ O homem, que, nesta terra miserável,/ Mora, enre feras, sente inevitável/ Necessidade de também ser fera.// Tome um fósforo. Acende teu cigarro!/ O beijo, amigo, é a véspera do escarro,/ A mão que afaga é a mesma que apedreja// Se a algupem causa pena tua chaga,/ Apedreja essa mão vil que te afaga,/ Escarra nessa bica que te beija!".

Inté.