Bandeira e a Língua do Povo

Acho que é importante e fundamental respeitar as normas gramaticais. Mas escrever requer também estilo próprio. Cada aum tem o seu, é um diferencial, a digital e o DNA literário, por assim dizer... Tanto estão certos os que cultuam o português escorreito, culto, escrito de acordo com as nrmas gramaticais, como os que escrevem num linguajar coloquial e, inclusive, usando expressões regionais e a tal linguagem do povo. Penso que se pode fazer uma escrita popular e coloquial sem agredir frontalmente as normas gramaticais.. Por outro lado, há que se entender que uma coisa é escrever artigo, ensaio, parecer, tese, trabalho científico ou análises em geral, e poutra coisa é escrever a crônica do cotidiano. Depende do gosto, d vocação, da área escolhida.

Leio com o maior prazer tanto os escritos dos que usam rigorosamente as normas gramaticais e escrevem analisando, esclarecendo, debayendo..., e os que escrevem ao correr da pena e apelam para o inusitado, o humor, os causos... Há espaço ´para todos. Nao faço distinção.

No mais, quando erro muito, acho que sou um dos recantistas que mais maltratam o idioma e as normas gramaticais, e isso me incomoda, confesso, para quebrar um pouco da inveja que sinto dos que escrevem bem e num português escorreito, sempre lembro do magistral poema de Manuel Bandeira, para mim um dos maiores poetas do mundo, "Evocação do Recife", no trecho que ele disse:

"A vida não me chegava pelos jornais e nem pelos livros/ Vinha da boca do povo/ na língua errada do povo/ Língua certa do povo/ Porque ele é quem fala gostoso o português do Brasil/ Ao passo que nós/ O que fazemos/ É macaquear/ A sintaxe lusíada".

Inté.

P.S. "Não julgueis para anao serdes julgados. Pois com o julgamento que julgais sereis jugado, e com a medida que medis serás medido". Jesus Cristo.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 04/04/2018
Código do texto: T6299800
Classificação de conteúdo: seguro