Capítulo Final

.. E então, ele descobre que a solidão não é uma escolha. É um ato sublime de devoção em não trair seus pensamentos secretos. Em devaneios diários como se subisse uma estreita senda sobre a montanha, se prendendo a parede para não cair no abismo de suas emoções.

Lembrou São Paulo que dizia: " Pode entregar seu corpo às chamas, mas sem amor, nada serás". E, logo ele que sentia seu cuore queimando, como um coração divino a arder em sintomas.

Queria, sim, fugir de suas considerações freudianas e shakespearianas sobre a pré-condição em definir a palavra amor. Logo ele, que tinha feito isso em exaustão. Mas, descobriu que ainda o melhor estava por vir. Nunca sentira sua tez, e imaginava que nunca sentirá. Porém, pensava em tocar, se prender, como um amálgama, uma colagem. E quem seria essa mulher que fizera ele escolher a insensatez do ímpar ante o temor de perder seus sentidos em outros toques? Dona de olhos sublimados pelo verde, translúcidos, tementes. Sua rebeldia a contento transborda em contraste com sua timidez ruborizada.

Resolveu, enfim, acreditar que a solidão não é uma escolha. Apenas opção para não desocupar o coração quando se hospedou com sua eleita."

F I M

O escritor reencostou em sua cadeira admirando sua obra-prima. Se sentia satisfeito ao datilografar sua última página. Transportando para seu livro sua história...

Scrittore

09/16

Scrittore
Enviado por Scrittore em 28/03/2018
Reeditado em 30/04/2018
Código do texto: T6293606
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