O Monge dos santos
sonetos
1. É do saudoso Dom Marcos Barbosa, admirável jornalista, escritor e poeta sacro, o livro "Nossos amigos, os santos". Esse livro reúne 79 sonetos, homenagem de Dom Marcos a 79 santos por ele escolhidos.
2. Há algum tempo, desejava escrever algumas linhas sobre Dom Marcos Barbosa, falecido no dia 5 de março de 1997. Há 21 anos, portanto. Faço-o, agora.
3. Sou seu fã, desde sempre. Lia com imenso prazer os artigos, poemas e crônicas que ele publicava, semanalmente, no "Jornal do Brasil", na época de ouro desse respeitado e combativo matutino carioca, fundado em 9 de abril de 1891.
4. Começo, recordando quem foi Dom Marcos Barbosa, hoje, com certeza, desconhecido pela galera nova; e esquecido pela galera velha.
5. Considero uma imperdoável ingratidão o esquecimento ao qual foi relegado esse ilustre sacerdote e excelente homem de letras. Sua obra simplesmente sumiu das livrarias.
6. Ele nasceu na cidade mineira de Cristina, no dia 12 de setembro de 1915. Formou-se em Direito. Convidado por Deus, trocou a vistosa beca de advogado pelo modesto hábito beneditino. Ingressou na Ordo Sancti Benedicti - na Ordem de São Bento.
7. Seus belíssimos poemas, seus artigos evangelizadores e suas crônicas fizeram-no membro da Academia Brasileira de Letras. Ocupou a Cadeira n. 15, que fora de Olavo Bilac e de Odílio Costa Filho.
8. Se não estou enganado, Dom Marcos foi o primeiro sacerdote a fazer parte da turma dos 40 da venerável Casa de Machado de Assis, na Avenida Presidente Wilson, 203, no Rio de Janeiro.
9. Por causa de Seu jeito simples e conciliador, seu indiscutível valor intelectual e principalmente sua irremovível Fé em Deus, Dom Marcos foi logo reconhecido pelos seus pares como um acadêmico exemplar. E, até morrer, foi amado - esse é o termo - pelos seus colegas de sodalício.
10. Muito bem. Com alguma dificuldade, comprei, pela Internet, dois livros de versos de Dom Marcos, que há muito procurava: "As vinte e seis andorinhas", para meus netos, e "Nossos amigos, os santos", que me ajuda a rabiscar esta frágil crônica, que escrevo nesse Domingo de Ramos.
11. Calma! Não vou transcrever os 79 sonetos que Dom Marcos fez para os 79 santos. Dentre os 79, escolhi o soneto que ele dedicou a um santo que desperta, até nos incréus, enlevo e indisfarçável admiração.
12. Escolhi o soneto para Santo Agostinho, o dileto filho de Santa Mônica, cujas lágrimas teriam sido responsáveis pela conversão do seu filho traquina.
13. Versejou Dom Marcos: "Toma e lê, toma e lê" ouve Agostinho./ E, ao abrir as Epístolas de Paulo,/ cai-lhe embaixo dos olhos a sentença: / "Não vivais em banquetes e prezeres..." === Pelo pranto de Mônica lavado,/ pelos sermões de Ambrósio convertido,/ só aos trinta e três anos se batiza,/ e com ele renasce o próprio filho. === Por Cristo revestido e iluminado,/ começa então com Deus o seu colóquio/ e, por amar tão tarde, ele ama tanto! === "Tarde, tarde te amei, Beleza eterna,/ e inquieto está, Senhor, meu coração/ até que um dia em tua mão repouse..."
14. Dom Marcos nasceu poeta - poetae nascuntur. Usou esse dom para, cantando a vida e as virtudes dos santos, praticar um apostolado leve e alegre. Um insignificante detalhe: Dom Marcos morreu no dia 5 de março, aos 82 anos; no mesmo dia em que este pífio escriba apagava, em solenidade simples, suas ... velinhas.
sonetos
1. É do saudoso Dom Marcos Barbosa, admirável jornalista, escritor e poeta sacro, o livro "Nossos amigos, os santos". Esse livro reúne 79 sonetos, homenagem de Dom Marcos a 79 santos por ele escolhidos.
2. Há algum tempo, desejava escrever algumas linhas sobre Dom Marcos Barbosa, falecido no dia 5 de março de 1997. Há 21 anos, portanto. Faço-o, agora.
3. Sou seu fã, desde sempre. Lia com imenso prazer os artigos, poemas e crônicas que ele publicava, semanalmente, no "Jornal do Brasil", na época de ouro desse respeitado e combativo matutino carioca, fundado em 9 de abril de 1891.
4. Começo, recordando quem foi Dom Marcos Barbosa, hoje, com certeza, desconhecido pela galera nova; e esquecido pela galera velha.
5. Considero uma imperdoável ingratidão o esquecimento ao qual foi relegado esse ilustre sacerdote e excelente homem de letras. Sua obra simplesmente sumiu das livrarias.
6. Ele nasceu na cidade mineira de Cristina, no dia 12 de setembro de 1915. Formou-se em Direito. Convidado por Deus, trocou a vistosa beca de advogado pelo modesto hábito beneditino. Ingressou na Ordo Sancti Benedicti - na Ordem de São Bento.
7. Seus belíssimos poemas, seus artigos evangelizadores e suas crônicas fizeram-no membro da Academia Brasileira de Letras. Ocupou a Cadeira n. 15, que fora de Olavo Bilac e de Odílio Costa Filho.
8. Se não estou enganado, Dom Marcos foi o primeiro sacerdote a fazer parte da turma dos 40 da venerável Casa de Machado de Assis, na Avenida Presidente Wilson, 203, no Rio de Janeiro.
9. Por causa de Seu jeito simples e conciliador, seu indiscutível valor intelectual e principalmente sua irremovível Fé em Deus, Dom Marcos foi logo reconhecido pelos seus pares como um acadêmico exemplar. E, até morrer, foi amado - esse é o termo - pelos seus colegas de sodalício.
10. Muito bem. Com alguma dificuldade, comprei, pela Internet, dois livros de versos de Dom Marcos, que há muito procurava: "As vinte e seis andorinhas", para meus netos, e "Nossos amigos, os santos", que me ajuda a rabiscar esta frágil crônica, que escrevo nesse Domingo de Ramos.
11. Calma! Não vou transcrever os 79 sonetos que Dom Marcos fez para os 79 santos. Dentre os 79, escolhi o soneto que ele dedicou a um santo que desperta, até nos incréus, enlevo e indisfarçável admiração.
12. Escolhi o soneto para Santo Agostinho, o dileto filho de Santa Mônica, cujas lágrimas teriam sido responsáveis pela conversão do seu filho traquina.
13. Versejou Dom Marcos: "Toma e lê, toma e lê" ouve Agostinho./ E, ao abrir as Epístolas de Paulo,/ cai-lhe embaixo dos olhos a sentença: / "Não vivais em banquetes e prezeres..." === Pelo pranto de Mônica lavado,/ pelos sermões de Ambrósio convertido,/ só aos trinta e três anos se batiza,/ e com ele renasce o próprio filho. === Por Cristo revestido e iluminado,/ começa então com Deus o seu colóquio/ e, por amar tão tarde, ele ama tanto! === "Tarde, tarde te amei, Beleza eterna,/ e inquieto está, Senhor, meu coração/ até que um dia em tua mão repouse..."
14. Dom Marcos nasceu poeta - poetae nascuntur. Usou esse dom para, cantando a vida e as virtudes dos santos, praticar um apostolado leve e alegre. Um insignificante detalhe: Dom Marcos morreu no dia 5 de março, aos 82 anos; no mesmo dia em que este pífio escriba apagava, em solenidade simples, suas ... velinhas.