O ENVELHECIMENTO QUE DÓI MAIS DO QUE O MEU
Temos uma cachorrinha Basset linda, Mel, de quinze anos. Está com a gente desde os primeiros meses de vida. Posso dizer com absoluta certeza que é o melhor membro da família. Sempre alegre, disposta, do nosso lado. Nunca olhou feio, nunca respondeu mal, nunca pisou na bola. É querida toda vida. Nunca demonstrou ingratidão, raiva ou deixou meu coração sangrar por não reconhecer o amor entregue de bandeja. Ela está carregando com certa dificuldade o peso desses tantos anos. Tem menos vontade de passear especialmente comigo, coisa que fazia com o rabo abanando a mil por hora. Vejo a Mel caminhando para o seu entardecer, para a sua despedida, e isso deixa muito triste. Sei das leis da vida, mas acompanhar de perto esse momento da nossa tão querida companheira é bem doloroso, especialmente pela impotência para reverter aquele cenário. O consolo é pensar que, talvez, nem tudo acaba com o fim. Quem sabe, num certo momento, poderemos voltar a ficar juntos. Tomara que sim.
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