Millôr e o Discurso de Gettysburg

Estava mexendo numa pasta antiga cheia de recortes de jornais, prática temerária para que é asmático crônico como eu, quando me deparei com um texto escrito pelo saudoso Millôr Fernandes, um dos maiores intelectuais do Brasil, dramaturgo, humorista, foilósofo e o escambau. O texto é uma paródia de um célebre discurso de Lincoln, foi publicado no Jornal do Brasil, não consegui localizar a data, mas sem dúvida foi antes ou depois do desgoverno Collor, mas é atualíssimo, uma lição para os jornalistas amestrados e capachos da grande mídia, vou transcrever o texto, que´temo seguinte título, "Cada País tem O Discurso de Gettysburg Que Merece":

"Há exatos quatrocentos e noventa e um anos nossos Portugais fundavam neste continente uma subnação, baseada na opressão do índio e do negro, e dedicada à extração de minérios e outras matérias primas entre si, e amparada no princípio de que os homens evidentemente não nascem iguais - há cidadãos de primeira, segunda e terceira classe. Agora estamos empenhados numa derradeira batalha para verificar de tal sutração - como outras, assim concebidas - pode existir como sempre existiu. Estamos aqui reunidos num dos inúmeros campos de conflito dessa luta, Viemos aqui dedicar uma parte deste campo, como último lugar de repouso - uma colônia de férias - para banqueiros de bichos, policiais desclassificados e outros heróicos marginais que conspurcaram, prostituiram, corromperam e afinal eiminaram ,milhares de meninos de rua a fim de que esta subnação pudesse sobreviver. Pois, num sentido mais amplo, não podemos dedicar, não poderemos consagrar este terreno baldio da Baixada. Os abnegados que aqui torturaram, que aqui assassinaram, já consagraram nosso ideal de maneira definitiva, muito acima de nossa capacidade de recompensar e de reconhecer. Todo o mundo subdesenvolvido (e algumas nações desenvolvidas) notará e lembrará para sempre o que dizemos aqui, divulgando também patra sempre nossos métodos e ideologia, gloriificando e imitando o que nossos bravos fizeram. Quanto aos malnascidos que conseguiram ou conseguirão escapar nas próximas gerações, o fazem com pleno conhecimento de seus justos espaçsos - há os que nasceram para mandar e os que nasceram para obedecer, há os que nasceram para servire os que nasceram para usufruir. Aqui juramos dedicar-nos à consolidação da obra que nossos capatazes, capitães-do-mato, segurançase Doi-Cods já levaram tão longe. Decidamsos aqui que eles anao estupraram em vão, que esta subnação continuará distante de qualquer Democracia - e que o governo sem o povo, antipovoe contra o povo não desaparecerá da face da terra".

Era um homem livre. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 12/03/2018
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