- Não faz parte da luta popular

Meu primeiro voto, aos 19 anos, foi em Arraes para governador, em 1962. Ele foi deposto, preso, cassado e exilado. Ainda votei nele três vezes para governador, em 1986, 94 e 98. Essa última ele perdeu, a única que perdeu. Fui admirador de Arraes, mas exagero. Nenhum exagero.

Mas a eleição que realmente participei diretamente foi a de 1986,aquela que o slogan era "Arraes vai voltar ao Palácio das Pincesas pela porta que saiu". Fiztoda a campanha na minha Região, nõ sei como consegui conciliar a campanha com meu emprego no banco.

Acho que fui a primeira pessoas que começou a campanha de Arraes na minha Região. Ele venceu de cabo a rabo. Uma vitória arrasadora. Bom, depois da posse algumas pessoas que fizeram a campanha, meio escondidos, começaram a elaborar listas de pessos para serem nomeadas. Eu achava isso um absurdo, mas tanto fizeram que eu resolvi indicar uma pessoa para um cargo: uma professora, a melhor professora de Pesqueira, minha conhecida, que fora professora de minhas filhas, que eu nem sabia em quem votava, para ser diretora de um dos maiores colégios. A contragostoe a pedido do secretário de governo fui ao Palácio para resolver esse assunto constrangedor de cargos.

Assim que entrei estava cheio, várias pessoas da terrinha, políticos que eles apoiaram e outros oportunistas. Estava presente um assessor de Arraes que era o negociador dfos cargos com carta branca. Ele sem mais aquela foi logo dizendo se referindo a mim: -A sua indicação não vai ser possível porque já foi negociada, assim você tem que fazer outra indicação para outro colégio. Ora, eu não tinha pedido nada para mim, indiquei uma professora de gabarito, não tinha nenhum motivo para negociar cargos. Então peguntei ao asessor o motivo do veto a minha indicada. Ele foi claro, disse que a indicada nao fizera campanha e não era participante da luta popular. Não prestou, abri a caixa de ferramentas. Apontei para cada um dos presentes e dei a ficha de cada um, o currículo, todos vindos da Arena, sem vincuação com idéias, alguns ate com problemas de desonestidade. Mais: qu integrante da luta popuar ali só havia eu e otro companheiro quenão estava rivindicndo cargo. Falaei da minha indicada e disse que ela podia nao ser tal luta popular mas era honesta e competente. O secretáio que estava calado pediu para encerrarmos a reuniao. Mas eu fui claro: - Encerrada já está, e vocês podem enfiar esses cargos no... disse a palavra. Fiz mais, havia uns ornalistas na porta da secretaria, eu conhecia um deles e expliquei detalhadamente o que houvera. No outro dia deu no jornal. O secretário ainda esteve em Pesqueira tentando me convencer a entender as alianças. Não comseguiu, deixei a política partidária. Nomearam a minha indicada para outro colégio, foi a mehor diretora de colégio do estado. Mas poítica nao quis mais fazer, apenas apoiei com o meu trabalho na rádio e no jornal as campanhas do Lula. Mas cargo nunca quis. É algo muito sujo e indigno essa mesa de negócio, esse fisiologismo. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 07/03/2018
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