C o n d i c i o n a m e n t o

Na vida, mesmo contra a nossa vontade, somos condicionados. Há sim dependência, fator psicológico, manias... Algo que pode gerar prejuízos imensos à saúdee até, pasmem, à alma.

Sempre fui dependente de remédios. Desde criança. No tempo que não existia a bombinha de asma, eu tomava injeções subcutâneas de soro Elebecê ou Heckel, e ainda Aminofilina na veia, para debelar os acessos, as crises. Mas também tomava para prevenir e em acessos menores comprimidos de Asmac, Filinasma e Tedral. Fiquem muito dependente dos comprimidos. Principalmente do Filinasma.

Quando ia sair sempre tomava os comprimidos para prevenir uma crise. Até para ir ao cinema tomava os comprimidos. Dependente, talvez nem fosse necessário, mas ficara dependente. Eu levava alguns nos bolsos, nem usava, mas só ficava seguro com eles no bolso, como a bombinha hoje. Sem ela nao saio para canto nenhum.

Certo noite, acordei e senti uma cosquinha na garganta, intuí que era a asma chegando, então fui na mesinha de cabeceirae peguei três comprimidos de Filinasma e tomei, certo que a asma nao veria, voltei a dormir e a danada não veio mesmo. Só que quando me acordei e olhei para a mesinha de cabeceira, notei, creiam, que o envelope com os filinasmas estava intacto e que o envelope que continham os comprimidos de imosec estava aberto. Resumindo: em vez de três Filinasmas eu tomara três imosecs. Os comprimidos pareciam muito.

Desconfiei da parada, fiquei com medo, fui numa farmácia onde havia um farmacêutico antigo e contei a ele o fato, ele riu e depsois ficou sério: - Você virou dependente, quaquer dia faz auma besteira maior, nunca deixe esses dosis remédios juntos.

Passei três dias sem defecar. Fiquei entupido devido à dependência. Daí em diante, mesmo sem dixar a dependência, sempre guardei os remédios separados. Mas só larguei a dependência dos compridos com o advento da bombinha. Sou dependente dela. Infelizmente. Inté.