Na Corda Bamba

Quando quero recordar o momento mais bonito da luta contra o arbítrio da ditadura militar, eu ouço a música de João Bosco e Aldir Blanc, "O Bêbado e a Equilibrista", na voz, claro, da saudosa e maior cantora brasileira de todos os tempos, Elis Regina. Foi realmente um grande momento. A luta pela volta dos exilados e perseguidos, a luta pela anistia...

E, no entanto, hoe o que vemos não é mais aquele coragem civilde que falou outra canção, esta de Milton e Brand, sobre Teotônio Vilela, o Menestrel das Alagoas, o que se vê, agora, é que está havendo uma tentativa de cultuar os militares, endeusar que a saída são tanques, tropas, soldados armados nas ruas. Já houve até uma advertência: "O Rio é um laboratório para o Brasil". Ora, se dá certo no Rio, por que nao estender do Oapoque ao Arroio Chuí? É o que estão inculcando nas mentes e corações do povão. Esquecem os aprendizes de feiticeiros que, de repente, não mais que de repente, pode-se pensar, se temos os tanques, as tropas, o armamento, o poder de fato, para que Temer, Padilha, Moreira, Jucá, Maia, Índio e o escambau de políticos? Há uma tentativa, só não vê quem é otário e mané, que as eleições estão pela bola sete.

Mas, mesmo assim, independente de partidos, ideologias, crenças é preciso defender a democracia. É preciso ter esperança, mesmo ante ameaçase possibilidade de se machucar, sempre cantando a música de João e Aldir:

"Mas sei que uma dor assim pungente/ Não há de ser inutilmente/ A Esperança/ Dança na corda bamba de sobrinha/ e em cada passo dessa linha/ Pode se machucar..." Sim, mas não podemos deixar de lutar, e responder com outro verso da música: "Azar!/ A Esperança equilibrista/ Sabe que o show de cada artista tem que continuar".

Tudo bem, estamos na corda bamba, mas não perdemos a esperança e vamos repetir à exaustão: DITADURA NUNCA MAIS!. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 02/03/2018
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