O silêncio do relógio ecoa na rua esburacada

Ela acordou e já saiu para viver a vida que se esvaíra nos segundos do relógio. A grande motivação dela naquele dia, era olhar o colorido e as peripécias da rua. De repente, tudo muda e os segundos passam mais rápidos diante de tal fato inesperado que não estava previsto para ser vivenciado. O bater das asas da borboleta não foi possível ver e muito menos, o entardecer. Acabou tudo antes do meio dia ou meia noite. Tudo por causa do buraco no alsfalto esquecido pela gestão. Foi rápido, mas há uma saída ou esperança por alguns que estão no vigiar da aurora. O que ficou por enquanto é o som dos pneus do plenário que ecoa nos ouvidos da consciência.

Não há o que lamentar quando se chega ao fim do dia. Trabalha, trabalha e quem vai pagar é quem trabalha.

A rua?

Está vazia. Apenas se ouve o barulho das panelas e máquinas programadas para cumprirem em silêncio o que foi sentenciado.

Acabou. Agora é fazer o feijão naquela panela, porque ela vai chegar cansada, aliás, já se recuperou antes do meio dia ou meia noite, ou seja, o socorro foi mais eficiente que a operação tapa buraco. É preciso estar pronta, porque no dia seguinte será preciso sair cedo para viver os segundos que se esvaíram nos ponteiros do relógio. Foi apenas um susto.

E a rua?

Continua vazia, inlcusive, os buracos.

Alessandro Salgado
Enviado por Alessandro Salgado em 26/02/2018
Reeditado em 26/02/2018
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