Rezadeira

As pessoas que pensam ser mais cultas, preparadas, informadas até riem quando falamos em certos costumes do pssado no interior do nosso estado, no caso Pernambuco.

Era o caso das rezadeiras. Conheci várias. Nenhuma delas era vigarista. Comparadas a certs religiosos mercenários que só pensam em dinheiro, eram umas santas. Detalhe: diferente dos tais santinhos do pau ôco elas acreditavam mesmo no seu ofício. Se fui rezado? Fui, várias vezes qndo menino. Meu pai era comunista e espírita e nao acreditava de jeito nenhum em rezadeira, nem minha mãe que era muito católica. Mas a empregada de nossa casa, Nair, acreditava piamente e quando me via com asma corria atrás de uma rezadeiras suas conhecidas, trazia elas escondido, com aqueles galhos, e elas me rezavam. Não, nao debelevam as crises, mas aquele fuzuê e aquelas rezas me deixavam curioso e, juro, até esquecia aum pouco da asma. É claro que estou na contramão da ciência, da lógica, mas a rezadeira tinhaseu lado positivo, o psicológico.

Certa feita junto com u médico que era político fui à zona rural, havia um cabo eleitoral dele que estava muito doente e não podia vir até à cidade. Chegando lá o médico examinou o doente, detectou que era quase uma pneumonia, tinha levado remédios, ensinou a mulher dele como se dava as doses, xaropes, compriidos, também aplicou uma injeção no sujeito disse que eu oito dias ele estaria bom. Fechou a maletinha, a dona da casa agradeceu muito, mas foi chegando uma visita: era a rezadeira. Foi uma festa. A dona casa apertou a mãodo médico e disse: - Doutor, agora para compretá a cura a rezadeira vai rezar Zezinho. Ocara ficou bom, e o crédito foi da rezadeira. Coisas do nosso folclore. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 22/02/2018
Código do texto: T6261457
Classificação de conteúdo: seguro