O trabalho da intervenção
Crescimento exponencial da criminalidade; deterioração da ordem pública; risco efetivo, em muitas áreas, da substituição do poder público pelo poder marginal; incompetência e inoperância do comando civil das polícias civil e militar no Estado – será que se precisa dizer mais alguma coisa para justificar a intervenção federal na segurança do Estado do Rio?
Há que se considerar, inclusive, o eventual conluio ou cumplicidade de setores da segurança com o crime organizado, questão suscitada pelo ministro Torquato Jardim, por ocasião do assassinato do comandante do Batalhão da PM do Méier, e também, de forma sútil, pelo ministro Jungmann em alguns de seus pronunciamentos.
Se a intervenção for mesmo para valer, esse último ponto, um dos grandes “pepinos” para o interventor, não poderá ser negligenciado. Pela possibilidade concreta do comprometimento de todo o trabalho do general interventor a partir de suspeitas injunções do crime organizado com setores da Câmara e até do Senado, como já noticiado pela imprensa.
Rio, 16/02/2018