E s f r e g a m e n t o

Começo dos anos 70, numa cidadezinha do interior pernambucano. Um gruupo de beatas vinha da sua vigilía eterna na igreja (nunca vi ter mais pecado do que beata pra precisar viver tanto tempo enfincadas na igreja), quando passaram pela pracinha viram um casal (um parazote e uma mocinha) abraçados e se beijando num banquinho, num sarro normal, nessa época a juventude começava a se desinibir. Vendo a cena a líder do grupo, a mais rdical berrou escandalosa:

- Tão se esfregando, chambregando, prvaricando em praça pública. Isso é um escândallo, uma falta de vergoha. Um de mundo. Esfregamento é pecado e crime contra os bons costumes e amoral. Vamos, vamos pra delegacia dar parte.

Chegaram à delegacia bufando de cansaço, esbaforidas e indignadas. Emburacaram no recinto e encotraram o sargentão (nessa época os delegados ainda eram sargentos da polícia militar) com a túnica aberta, meio bêbado, era perto do meio dia e garraf já estava na metade, vendo a comissão ele ficou logo chateado com a interrupção, sabia que era intriga, boato e fuxico daquelas chatas. A líder do grippo ordenou raivosa:

- Sargento, vá urgente lá na pracinha tem u casalzinho se esfregando, chambregando, tão prevaricando em praça pública. Prnda os dois.

O sargento botou mais uma lapada no copinho, tomou de vez, derramando um pouquinho para o santo, tossiu e fez a careta de praxe e puto com a interrupção das beatas disse:

- Vocês são agora fiscal de esfregamento dos outros, é? Não tem outra coisa pra fazer? Saem da igreja e vão logo implicar com os namorados? Oli (só falava assim), dona Beata, a senhora não tem nenhuma moral para falar de chambregamento de ninguém, porque quando era mais nova vivia se esfregando nim mim detrás do muro de sua casa, fogosa demais, quase..., faltou pouco pro cachimo cair, não caiu porque eu nao era besta de ter que me casar com uma doninha sem graça. E tô vendo outras aí que também eram chegadas a um esfregamento. Vão, vão embora procurar ma lavagem de roupa, me deixem tomar minha cachacinha em paz.

As beatas deram auma rabisaca, ainda pensaram ir se queixar ao padre, mas era pior, este tmabém bebia e sabia das coisas devido as confissões. VChegaram à conclusão que o undo estava perdido e só rstava rezar. Não havia ninguém disposto a proibir o esfregamento. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 23/01/2018
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