A l u m b r a m e n t o

Há um poema de Manuel Bandeira, talvez o mais famoso, se não me engano, Evocação do Recife, em que ele fala do seu primeiro alumbramento de adolescente, que foi quando viu uma moça nuinha tomando banho no rio. Foi algo que o marcou profundamente.

No nosso caso, falo dos meninos que viveram sua infância no interior, além dessa visão de ver moças nuas escondido, o nosso primeiro grande alumbramento aconteceu quando vimos o mar, o açudao de Deus como dizia um amigo meu. Dele a gente só tinha uma idéia dada pelo cinema, pelos mais velhos, plas revistas... Mas vê-lo ao vivo e pela primeira vezera mesmo um alumbramento. Era algo que impressionava e fascinava, o açudão não tinha fim. Espantava, aturdia, enfeitiçava. A gente ficava de boca aberta. Era uma emoção indescritível. Marcava qualquer crianaça do interior. Toda vez que vejo o mar eu me lembro daquele menino franzino, matuto e completamente espantado.

A mim só outra visão emocionou tanto qanto o mar: foi quando adolescente, com 16 anos, vi a Cachoeira de Paulo Afonso. Quem atravessava pela primeira vez aquela pontezinha que balançava - com o coração aos pulos - vendo aquela revolução de águas ficava assombrado e fascinado. Foi uma impressão que ficou para sempre grabvada nas minhas retinas, na mente e no coração. Acachoeira - como o mar - era mais emocionante que os perigos das ´séries do cinema.

Eu sei mesmo que este assunto, o alumbramento causado pelo mar e pela cachoeira nos meninos do interior, é algo que nao impressiona aos meninos de hoje e nem aos adolescentes. É qe as maravlhas da técnica deleteram os espantos e as emoções. Atecnologiae a revolução dos costumes acabucom os alumbramentos, não há mais emoção pura. Fico com medo. Sim, porque quando se perde a aemoção do alumbramento, o espanto, a fascinação fica-se frio. E quem é frio pode se tornar perigoso. Espero estar errado.

Assim, hermanas e hermansos, esses alaumbrmentosainda hoje me emocionam, eles me acordam emoções passadas. Graças a Deus. É uma prova que ainda estou vivo. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 20/01/2018
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