PRA MULHER QUE NÃO FIZ MULHER

Quero trazer de volta, como quero,

certo amor que perdi,

que deixei esfriar,

esfarelar,

se empoeirar.

Não é amor por mulher qualquer,

com quem troquei fluídos,

com quem sentei em bar,

com quem cerzi carícias,

com quem fiz amor num lençol qualquer.

É amor por alguém fruto de mim,

que fiz de mim, que saiu de mim,

alguém que sem eu,

não pousaria nesse chão,

nem em outro qualquer.

Quer tê-la de novo

com olhos só de afeto,

soltando palavras não só pra sangrar,

tendo em mim seu porto seguro,

para quando tudo azedar,

ficar feio,

ficar só triste,

ficar só solidão.

Não sei como fazer isso,

não sei mesmo,

faltam atalhos, faltam clareiras,

faltam rios que me levem pra lá.

É bem possível que nossos laços

estejam mortos de uma vez,

enterrados de uma vez,

sem chance de voltar a respirar,

pra trazer sua alma de volta.

Espero, espero mesmo,

que a emoção que me fez

escrever isso que você leu,

deixe vazar um tiquinho que seja,

e chegue nela, perto dela,

e que a sacuda dizendo:

estou aqui, sabia, filha?

Então vamos poder nos abraçar,

nos sorrir, nos entender,

nos enxergar de novo,

nos regar de novo,

nos acarinhar, nos aninhar de novo.

Só pra fazer voltar

aquele amor

que voou pra tão longe,

apagando suas pegadas,

uma atrás da outra

Aquele amor que certo dia,

recolheu suas coisas,

fez as malas,

e partiu.

Sem dizer adeus

e nem olhar para trás.

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Inspirada e dedicada à minha filha Júlia, de 18 anos,

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Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 17/01/2018
Reeditado em 29/01/2018
Código do texto: T6228267
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