A liberdade tem gosto de sol...
Deslocar-me nunca me foi tão instigante...Meus pés tocavam a areia numa relação eufórica,o magnetismo daquele mar encontrava meu âmago como quem quer a excitação em último nível ato sedento.
Era cedo,mas era intenso o sol da manhã,ofuscava-me a vista por fora,alumiava-me violentamente por dentro.
Por um momento ávido senti a plenitude de apenas estar...Estar numa imensidão...
Diante da minha insignificância,pensei comigo mesmo:
-É isto um homem?
Cogitei a possibilidade de um nascimento abstrato de sentimentos,de estopins de novas eras...
Pensei novamente:
-É isto o sol?
Não havia mais espaço para a mais tenra melancolia,estar só nunca me tinha vindo de maneira tão cabal.
De modo algum me tinha ocorrido essa comunicação pneumática com o sol regente daquela manhã explosiva.
-É isto a liberdade?
Pensei com o sal que pairava no ar denso e quente.
-A liberdade tem gosto de sol...