O PAJÉ KRENAK E SEU VELHO CAVALO CÉU AZUL.
O PAJÉ KRENAK E SEU VELHO CAVALO CÉU AZUL.
O Pajé estava tranquilo em sua tenda a fumar o cachimbo da paz.
O cavalo do Pajé - Céu Azul - pastava próximo. Ambos tinham a melhor idade, respeitada a natureza de cada qual.
Os jovens índios resolveram zoar o Pajé, dizendo-lhe que ele e o cavalo dele já estavam quase indo para a terceira-margem (morrendo): O velho Pajé era esperto e sagaz. Propôs aos jovens guerreiros uma corrida de cavalos até o cajueiro depois do Rio Doce. O ¨Feiticeiro¨ conhecia bem as redondezas e os perigos da margem do rio.
A aldeia dos Índios Krenaks fica depois de Governador Valadares/MG, sentido estado do Espírito Santo. Às margens do mencionado Rio, proximidade da Estrada de Ferro Vitória a Minas.
Voltando ao assunto: Os jovens índios toparam a corrida. Só que eles eram inexperientes; afoitos, cheios de energia mas sem bom conhecimento das adjacências da tribo onde nasceram e viviam.
Dia seguinte pela manhã os jovens se reuniram frente a choupana do Pajé, acordando-o. O homem exclamou: Mas já! Ao que foi respondido: ¨Yes¨...
Todos montaram. O Pajé orientou a trilha a seguirem. Zás...Zás... Lá se foram os cavaleiros. Os jovens seguiam na frente. O Pajé no meio da moçada. Quase chegando ao rio o barranco de barro branco cedeu... A maioria dos jovens guerreiros caiu na cratera. O Pajé seguiu até o cajueiro combinado, só espiando os jovens índios.
E ele voltou para a aldeia degustando um caju maduro. Enquanto os jovens guerreiros se esforçavam para tirar os cavalos do enorme buraco.
Não é à-toa que João Bosco de Castro afirmou: o diabo não é meio sabido porque ele é capeta... Mas porquê ele é velho!
F I M.,