"Faça como um velho marinheiro..."

Não condeno o avanço da tecnologia nem as modas dos jovens. Acho que isso faz parte da evolução, é consequência do fluir incessante do tempo, do famoso show da vida.

No entanto, condeno - mesmo sabendo que isso é apenas um desabafo e véio caduco - a descaracterização da nossa cultura popular, a quase extinção dos nossos usos e costumes, o abandoino das nossas raízes, o pouco caso com o nosso folclore e a renúncia quase total ao nosso linguajar regional.

Sempre que penso sobre esse assunto, recordo de um samba e Paulinho da Viola (para mim um dos monstros sagrado da MPB) que cai como uma luva para comentar as mudanças excitadas, fréticas, o frisson da moda:

"Tá legal eu aceito o argumento/ mas não me altere o samba tanto assim/ Olha que a rapaziada já está sentindo a falta de um cavaco, de um pandeiro e de um tamborim".

Vai adiante o Argumento (nome do samba) criticando o modismo mas também o preconceito:

"Sem preconceito, sem mania de passado/ sem querr ficar do lado de quem não quer navegar".

E aponta um caminho lógico:

"Faça como um velho marinheiro/ Que durante o nevoeiro leva o barco devagar".

Que a tecnologia é irreversível nao se discute; que as modas são um fato, concordo. Mas há que se manter as raízes, as peculiaridades regionais, a cultura popular, caso contrário não haverá mais seres humanos, só robôs. Uma manada, marionetes. É melhor seguir a receita do velho marinheiro. Sem nenhuma dúvida. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 03/01/2018
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