Destripada

Destripada

Usada, corrompida e descartada, se lançou ao mar

em um barco de papel rumo ao fim encontrar.

Uma imensa tempestade engole o seu barco,

ela não se desespera, não se mexe, apenas cai

na água e tenta boiar.

Um infinito de algas a prende e começa puxa-la

para baixo, e por mais que tentasse, não iria

conseguir se soltar, então nem tentou.

Um monstruoso redemoinho se forma com ela

bem o centro, cortando as algas com seus

dentes ferozes se solta.

Tudo do fundo do mar sendo arrastado para o

centro, a areia, pedras, lixo e tudo mais vão se

grudando, juntando ao seu corpo.

Aquilo tudo se agarrando ao seu órgão vital,

ela se transforma em um gigantesco monstro.

O monstro se levanta e vê as luzes da cidade,

caminha até ela para engolir, destruir todos.

A chuva aperta, a chuva aumenta e vai limpando

todo aquele rancor, enquanto ele vai caminhando

até a cidade.

Tiago France
Enviado por Tiago France em 31/12/2017
Código do texto: T6213682
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