No Tempo dos Ponches

Noite do dia 30 de dezembro. Hoje me resguardei de tomar conhecimento dos noticiários, retrospectivas, do besteirol da mídia. Passei o dia remexendo nos meus "guardados", mesmo sabendo que isso me faz mal, a poeirinha, o cheiro de mofo, papéis velhos causam acessos asmáticos, mas sou teimoso, boto a bombinha no bolso da bermuda e futuco nas minhas coisinhas. Gosto de fazer isso, de mergilhar no passado.Sejamos francos, é muito melhor do que ficar ouvindo e lendo fdeclarações desse pau-mandado de Cunha,o Marun, fazendo chantagem para obter votos para o projeto contra sos mais pobres e aposentados, do que ficar ouvindo conversa mole do Maia que está querendo, pasmem, ser presidente (esquecido que ficou na requinha na eleião para deputado no Rio), ouvir arenga dos bundões da esquerda, ncapazes de um gesto de coragem, os sindicatos da esquerdfa deviam fazer um estágio na Argentina, melhortambém que ouvir notícias sobre Trump, sobre a Coréia do Norte e aquele debilóide gorducho, melhor também do que ver notícias sobre o consumismo das pessoas que comprarm o que não precisam e depois se aparreiam para pagar. Bom, fiquei relendo as minhas antigas crônicas de domingo para a Rádio Difusora de Pesqueira, e uma delas foi sobre os ponches de antigamente. Assunto mixuruca? Não, plo menos não para mim. Pelo contrário, o ponche fez parte do shpw da minha infância e adolescência. O papel está gasto, muito borrado, mas vou tentar transcrevera crônica:

"Quem, dos mais adentrados nos anos, não se recorda das famosas pocheiras que eram obrigatórias nas mesas nos almoços? Essas poncheiras eram de diversas cores e sempre tinham uma concha para servir o pnche ou refrescos. Não raro as visitas eram recebidas com um ponche, uma limonadam, um refresco de maracujá ou laranaja. Detalhe: não existiam sucos como existem hoje, mas refrescos e ponches, mais água do que o sumo da fruta, e muito, muito açúcar. às vezes se colocava pedras de gelo na poncheira, mas isso só depois que no sertão apareceu a geladeira.

"De forma que os anos dourados foram muito fartos de ponches, els adoçavam a vida e davam, dizia um médico culto de Arcoverde, um certo charme britânico, era comum vermos no cinema em filmes ambientados na África os ingleses tomando ponches.

"Até mesmo os namoros (sou testemunha ocular disso) eram adoçados pelos ponches. Quando o namorado era aceito pela famaília da namorada, era recebido na caa para dar o expediente e tinha direito a um ponche, sem que isso abrandasse a cigilância dos pais. Hoe, um amigo me contou que o namoirado da filha é recendido com Tampico, naquela caixinha.

"Com o tempo e o modismo, os ponches foram substituídos pelos guaranás e, sobretudi, pela Coca-Cola. Ea poncheira ficou trancada na cristaleira, presa, servindo apenas como relíquia. Ela e os nossos sonhos. Hoe é a vida moderna, sem aqueles usos e costumes do passado. Soos quse autômatos, amercanizados, imitando tudo de pior que existe na cultura americana.

"Mas ficou a saudade. A saudade dos ponches e das poncheiras. A saudade daquekas reuniões de família ousociais em que se tomava ponches, em que discutíamos amenidades, uma época em que ´ramos mais felizes. Ainda hoje, amigos, sou chegado a um ponche, nao importa se ele é de limão, cau, laranja..., minha boica fuca doce e fica ainda mais doce o meu coração, e os meus olhos maream... Ah, que sadade dotempo dos ponches. Um tempo em que eu era pobre mas muito mais feliz".

PS. Peço pardón às hermans e hermanos, mas sou um veio sentimental demais. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 30/12/2017
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