Ponta Grossa; direita e aventura política em 2017




1. O prefeito de Ponta Grossa reassumiu a Prefeitura Municipal de Ponta Grossa em janeiro de 2017, reeleito pelos herdeiros da UDN, que contaram com o entusiasmo de uma juventude analfabeta funcional e a onda de ódio que crassava o país, retorno do anticomunismo. Marcelo Rangel sempre esteve vinculado a um grupo que circulava em torno de Aécio Neves, Álvaro Dias, Rubens Bueno, Roberto Freire e do Governador do Paraná, Campos Salles. A mais desastrosa gestão, mas a população assistiu tudo bestializada. Toda a simpatia e o sucesso nas urnas se deve a histeria das moças de classe média da cidade com o boyzinho que entrava acompanhado de seguranças no Shopping Palladium para levá-las ao delírio, no estúdio da Rádio Mundi FM, cuja instalação nesse local objetivava as eleições. Recordo-me que nas eleições do primeiro turno, andando pelo Calçadão, em horário que colegiais voltavam para casa, escutei um grupo de estudantes disserem que votariam no Prefeito porque durante os debates, tinham observado as partes íntimas de todos os candidatos e tinham se maravilhado com o que tinham visto nele. O Prefeito de Ponta Grossa não tem história e nem importância no cenário cultural, político ou intelectual da região. É um personagem insolso, água morna, demonstra absoluta distância dos livros e da Ciência Política, não sabe construir um discurso sistematizado, não formula frases gramaticais corretas na língua portuguesa. No  rádio está sua notoriedade, é um exímio humorista, atividade para qual não dispendia nenhum esforço intelectual. Em seu primeiro mandato, contava com um Vice-Prefeito demagogo, que se aproveitava da aproximação com a população carente para granjear votação. No segundo mandato contou com uma professora universitário sem expressão e nenhuma contribuição à área que lecionava. Na composição do seu secretariado, as escolhas foram da pobreza intelectual que lhe correspondia á formação, com exceção da educadora Esméria de Lourdes Saveli, que pouco do que é capaz pode fazer. A estupidez do Prefeito contamina todas as instâncias do Poder Público.

2. A cidade de Ponta Grossa está mais pobre, espiritual, cultural, educacional, economicamente e destituida de programas de inserção social. Está cheia de secretarias com nomes pomposos em relação às políticas públicas, mas sem qualquer mudança efetiva na vida dos municípes. São inúmeros os carrinhos de catadores de lixo que circulavam nas principais ruas e avenidas da cidade. São jovens de rosto belíssimo, candidatos invencíveis para os programas de televisão como A Fazenda, BBB e que estão expondo-se, sem proteção ao sol escaldante, caminhando sujos, tomando vento e chuva, inclusive moças belíssimas, como aquela que percorre a avenida Vicente Machado, depois das seis da tarde e nos domingos frequenta uma das igrejas evangélicas da cidade. Onde mora? num barraco atrás do Hotel Vila Velha. 

3. A violência na cidade está aumentando e mesmo assim, o Prefeito fortaleceu o aparato repressor do município, cuja função seria de cuidar o patrimônio público de depredação, gastando dinheiro público que deveria ser destinado à educação e a saúde pública para a compra de veículos exibicionistas. O que se constituiu na cidade foi uma milícia feroz e agressiva . Se comprazem em abordagens autoritárias com garotos de periferia em busca de drogas. Jornais da cidade noticiaram, na semana passada (10 a 25 de dezembro de 2017) que os Vigilantes Patrimoniais tomaram mercadorias dos vendedores ambulantes, num momento, exatamente quando o mais importa para a segurança da cidade é que as pessoas se ocupem fazendo alguma coisa de bem. Na verdade deveriamos agradecer aos Céus que essa gente está ocupada das oito da manhã às nove da noite. Além do que o Governo Municipal faz o assinte de criar uma Secretaria que se auto-exclui, a de Cidadania e Segurança Pública, transformando o conceito de cidadania também em técnicas e práticas de abordagem repressiva. Isso tudo porque o prefeito é graduado em Direito.
[27 de dezembro de 2017]