Recordando Cem Anos de Solidão

A primeira vez que li o romance "Cem Anos de Solidão", de Garcia Márquez, eu tinha menos de 30 anos, talves uns 27 anos. Lembro que fiquei fascinado logo que li as primeiras linhas do livro:

"Muitos anos depois diante do pelotão de fuzilamento, o coronel Aureliano Buendia, haveria de recordar aquela tarde remota em que o pai o levou a conhecer o gelo. Macondo era então uma aldeia de vinte casas de barro e cana, construída na margem de um rio de águas transparentes, que se precipitavam por um leito de pedras polidas, brancas e enormes como ovos pré-históricos. O mundo era tão recente que muita coisa ainda não tinha nome e para mencionar era preciso apontar com o dedo...".

Já reli esse romance várias vezes e com o mesmo encanto. Para mim, depois do Dom Quixote, é o melhor livro da literatura em todos os tempos. A mi também fascina a história da feitura do livro, alguns pormenores, os esforços, a obstinação, sacrifícios e até episódios hilários. Vou recordar alguns:

Quando resolveu escrever esse livro o autor era um jornalista liso. Ele combinou com a mulher, Mercedes, passar seis meses internado escrevendo esse romance. Tomaram dinheiro emprestado, fizeram um acordo com o dono da casa de só pagar o aluguel quando o livro fizesse sucesso, passaram necessidades mas segiram à risca o plano. Uma datilógrafa todos sos dias apanhava o manuscrito e levava para datilografar. Acontece que certo dia vinha de ônibus, num dia de chuva torrencial, trazendo o embrulho com todo o manuscrito, quando o ônibus parou, ela desceu e o pacote com o manuscrito caiu na lama e na água e as folhas ficaram todas molhadas e meladas. A datilógrafa apanhou todas, limpou-as e passou a ferro. Tudo pronto, Gabriel embrulhou o romance, colocou o endereço do editor e rumou para o Correio. Antes a mulher, Mercedes, disse: "Agora, só falta a merda dsse livro não prestar". Levaram 85 pesos. Chegando no Correio o porte era 126 pesos. Gabriel abriu o pacote e mandou apenas uma parte. Mas na confusão em vez de mandar o começo do livromandou o final. Mas o editor que gostou do texto mandou um cheque de 500 pesos e um bilhete solicitando o começo do romance. Eles pagaram o dono da casa e as dívidas. E CEM ANOs tornou-se o livro mais lido no mundo e o maior sucesso editorial da aépoca e ainda hoje é sucesso. Deu a Garcia Márquez o Prêmo Npbel de Literatura.

Quem não leu deve ler essa obra-prima da literatura. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 26/12/2017
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