Liberdade e crueldade

Sei que a Revolução Framcesa foi a mãe de todas as revoluções, que inspirou as pessoas em todo o mundo a lutar para construir uma sociedade livre, democrática e cidadã. Ainda hoje quando toca a Marselhesa pensamos na Revolução Francesa, um dos pontos altos e marcantes da história universal. Mas ela pecou pelo radicalismo e crueldade. Admito que os excessos num momento de consolidação e de disputa por espaço são algo inevitável, mas assim mesmo nao consigo absorver e nem alsolver a crueldade. Não tem jeito, sou incompatível com a violência em qualquer momento, qualquer lugar, mesmo as que os historiadores e libertários afirmam que foram necessárias para a tal consolidação do movimento. Nada, penso, jusitica a crueldade.

Li um livro, de Susan Sontag, "O amante do vulcão", um romance extraordinário, em que ela narra a execução na guilhotina da Rainha Maria Antonienta. Sim, sei que os nobres pintaram e bordaram com o povo, sei que quando começou a revolta e o povo se untou em frente do palácio gritando, a Rainha perguntou a um nobre: - Por que o povo está gritando? Ele respondeu: - O povo estápedindo pão, alteza. Ela; - Então dêem pão ao povo. O nobre: - Mas anão tem pão, majestade. Ela nas nuvens: - Então distribuam brioches. Era ingênua, uma pobre menina rica, alguém que não tinha a dimensao da realidade. Mas foi condenada à morte, na guilhotina. Eis o techo de Susan Sontag:

"... Retrato de uma mulher condenado à morte.Na carreta que a transportava auela, aquela, aquela...máquina, aquela nova máquina, as mãos frouxamente amarradas nas costas, o cabelo cortado curto para expor-lhe a nuca. Rtrato de uma mártir. Está toda de branco, vestido simples, meis grosseiras, um toucado informe na cabeça. Seu rosto está envelhecido, cansado e tenso. O único vestígio de sua antiga glória é sua postura rígida e ereta.

"Ela pisca. Os ohos ardem porque passou tantos meses na prisão. As rodas da carreta chacoalham e rangem. As rus estão estranhamente silenciosas. O sol brilha. A carreta chega, ela sobe os dez degraus de madeira tosca. Ali está o seu capelão mormurando preces, fitando seu crucifixo, as lágrimas escorrendo pelo rosto. E iuma voz de outra pessoa dizendo, Não vai doer, Majestade. Parece que vem do homem encapuzado. El desvia os ohos daquela estrutura que parece uma escada, de uns catorze pés de altura, com uma lâmina em forma de machado toda enferrujada de sangue, e sente seus ombros serem empurrados para baixo, fazendo-a inclinar-se, não deitar-se, com a barriga eas pernas sobre a tábua, deitar-se bem assim. Alguém a puxa pelos ombros um pouco mais para a frente, para que sua garganta se ajuste nocôcavo formado pela metade inferior de um tonco de madeira, e a parte superior então se fecha sobre a nuca. Ela sente uma correia lhe apertando a cintura e outra lhe atando os tonozelos, amarrando-a à tábua. A cabeça está sobre uma cesta marrom, o sangue aflui ao rosto. Ela resiste ao peso da cabeça e a levanta para ver, por cima da plataforma. o mar de cabeças da multidão, levanya-a para amenizar o contato dolorosoda beira da tábua com suas clavículas, da madeira contra a garganta, que a sufocava, que começava a cortar-lhe a respiração. viu um par de grandes botas enlameadas avançando na sua direção e ouviu os urros da multidão ainda mais sonoros, eem segida o silêncio, aqui vem um estranho rangido: alguma coisa se levantando, mais alto, mais alto; o sol brilhando mais, de modo que ela fcha os olhos: o som, ainda mais alto, ´pára - ".

Tinha razão Madame Rolland quando antes de tamabém ser guuilhotinada disse: "Oh liberdade, quantos crimes se cometem em teu nome!". Não sepode aceitar a crueldade. É uma afronta a Feus. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 19/12/2017
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