MILAGRES ACONTECEM

Era uma tarde chuvosa, nós corríamos pelo campo, voltando para casa. O céu completamente fechado abria nesgas de sol. Num dos intervalos entre os vários temporais que já caíram naquele dia.

Ao longe o gado pastava o capim verde e molhado, indiferente se chovia ou fazia sol. O poeta olha o campo e vê, de lado a lado, o mais colorido e vivo arco-íris. E naquela paleta de cores, de um lado o arco-íris caia em cima dos animais e do outro somente o verde do campo. A paisagem tinha as cores do paraíso. O poeta então para de correr, estaciona o carro e vai para aquela visão colorida que ia do laranja até o lilás, tentando subir onde só havia campo.

Pensava no que sua avó dizia: ‘sempre há um tesouro na ponta do arco-íris’. Assim: esquecera-se do tempo e de onde estava. Esquecera-se de que não chegara ali sozinho, no carro da frente tinha alguém que lhe guiava o caminho naquela estrada desconhecida e estranha. Pegou o celular, pois não levara sua máquina fotográfica, e registrou extasiado aquele momento enquanto sua mente viajava no arco-íris em direção à fantasia. Era um momento de felicidade em um pequeno lapso de tempo.

Recomeça a chover e saindo do torpor o poeta lembra: tenho que correr, o outro carro sumiu na estrada e, sozinho por estes lados, estarei perdido. Era a divisa de dois pequenos municípios no interior de São Paulo – Santo Anastácio e Ribeirão dos Índios – um com nome de santo o outro de um pequeno riacho.

E o poeta desperta do êxtase correndo para seu carro e voltando para a estrada quando olha pra frente e vê que o carro da frente havia voltado para lhe buscar. Voltara preocupado com o que tinha acontecido com o poeta, sem entender nada, sem nem mesmo perceber que no céu havia acontecido um pequeno milagre, entre um temporal e outro...

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27.11.17

MÁRIO FEIJÓ
Enviado por MÁRIO FEIJÓ em 05/12/2017
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