Crônicas para amores desprevenidos! O amor assusta. E afasta. Será?
O quê posso dizer deste dramático cenário em qual vejo milhares de mulheres experimentarem as suas dores amorosas muitas vezes em mais puro torpor e silêncio? Posso dizer que elas não estão sozinhas, por mais que pensem estar. A solidão é um sentimento que é uma constante neste mundo que quebra fronteiras e constrói palácios cibernéticos, castelos virtuais, cada qual em sua casa, cada qual em seu ambiente, alimentando-se de ilusões e desilusões graves. Um efeito tóxico à mente e ao coração. A Globalização veio para destruir muros. Mas, o mundo cibernético veio trazendo promessas intensas e criando novas formas de amar. Como o tal: Amor líquido. Que não passa de relacionamentos que se dissolvem como água entre nossos dedos num curto espaço de tempo. E teríamos culpados para este fenômeno? Os nossos adolescentes de hoje não sabem mais o significado das palavras: amor romântico. E tudo ficou esquecido num passado já considerado morto e enterrado. Agora é a era do lixo emocional. Se não te serve o meu amor, vá! Descarte-o! Depois de experimentá-lo bem e muito: óbvio, lógico, "racional". As pessoas passaram a se experimentar como brinquedos de plástico que forçados se abraçam, forçados se beijam, forçados se "amam", forçados devoram e não deglutem e nem transformam. Nada mais se transforma. Devido à preguiça, tudo se cola, copia, tudo se joga numa nuvem. Mas, os sentimentos permanecem em poucos corações, geralmente nos corações que ficaram aprisionados a dor daqueles que foram esquecidos no meio do caminho, da jornada pelos seus companheiros de amores líquidos, rápidos, intensos, velozes, que geram outros sentimentos como angústia, depressão, melancolia. Geralmente para àquele(a) que abandona as rédias do coração alheio tudo é mais prático, mais rápido de ser solucionado. Pois, a sua vontade de ter dado um ponto final por extremo medo do amor do outro(a) é uma constante nos relacionamentos do nosso cotidiano. A nossa realidade é que com facilidade fala-se da boca para fora: "Eu te amo." E as pessoas dizem eu te amo como se estivessem no corredor da morte, mesmo falando enquanto comem. E a geração do: "idem"? Cadê a medida do equilíbrio? Idem para mim não é sinônimo de equilíbrio. Desamor para mim não é equilíbrio. Espalhar frieza no mundo só trás mais caos, pertubações e instabilidade. Todo mundo precisa de amor. A questão é como este amor está sendo propagado. Somos humanos. Temos acerto e muito mais erros. Somos errados por natureza. Contraditórios por natureza, estranhos por natureza, somos "loucos" por natureza. Há quem afirme que não tem mais idade... E existe limite de idade para amar? Ou é apenas uma mera desculpa para sair de uma situação que não se tolera mais? alegando que ciúme não é amor. Realmente ciúme não é amor! Mas, porquê a pessoa sente ciúme não significa que ela não sinta o tal do infernal ou celestial AMOR. Os sentimentos coexistem em alguns casos. Não em todos! O amor é muito complexo e visto por um ângulo de quem não está amando parece momentaneamente algo extremamente simples. No estilo: É amor ou não é amor. E se for amor por favor não venha recheado de temperos intensos e fortes, senão sairemos correndo como correríamos do pior dos demônios. E para esta nova geração, o amor foi criado por um demônio?! Meu Deus, são tantas as dúvidas... Amar ou não amar? Tornar-se uma boneca inflável... Tornar-se um travesseiro. Tornar-se um objeto. A coisificação das pessoas. Pessoas estão virando coisas e sendo compradas em aplicativos! Não. Não? Não!!!!! Não aceito. Talvez eu não saiba ser morna, talvez eu não saiba lavar, passar, cozinhar, varrer... Talvez eu não saiba tanta coisa, como não sei mesmo! Só que não gosto do conformismo, nem da violência, nem da merda da falta de amor nesta zorra de mundo! Vamos seguir em frente... E ver no que é que dá... "Um cantinho, um violão, um amor, uma canção..." Por um mundo de mais amor, mais música, menos embates, nenhuma guerra. É utopia, eu sei. Não é fácil, eu sei. Mas, sonhar ameniza as dores da alma! Isto, apenas isto eu sei. O amor fez com que muitos ícones fossem mortos. O amor afasta e mata? Não. As pessoas é que se afastam e matam. São as pessoas que matam e destroem e não é o sentimento que pratica isto: o sentimento... O tal do AMOR.
31 de Outubro de 2017. Terça-feira. Madrugada. 04:33h. Salvador-BA/Brasil. Crônicas para amores desprevenidos!
Andréa Ermelin