Simbolismo, o que é?
Intemporal, metafórico, subtil leitura do não obvio – que repugna mesmo o já conhecido,
por dolorosa acepção da imagem, redimensionada e repetitiva –, o «Simbolismo» na boca dos incautos,
incorre no erro do sem nexo, o absurdo da forma (forma que se quer contextual e conciliadora,
como numa descontinuidade da realidade, que leve, ao autor, o enredar-se numa linguagem romântica e irreal,
recorrendo-se de símbolos vagos, pensamentos sensoriais e meias palavras – ou palavras meias –,
para exprimir o que não se expressa de outra forma, por ser além o poiso restrito, perspicaz e incontido.)
«Simbolismo», nesta acepção, não é bandeira que cerra fileiras, tão pouco propaganda temerária,
mas sim a demonstração de que, muito mais que pôr nome às coisas, para dizer-se delas,
ou buscar-lhes a aceitação, são aquelas quem se definem, ultrapassam e reposicionam-se,
num mesmo diferente ponto de partida.
Jorge Humberto
(08/09/04)