A9inda há jornalistas sérios na grande imprensa

Acho que a grande imprensa no Brasil é parcial e desmoralizada, sempre mentindo, torcendo os fatos, servindo aos interesses da casa grande e do caitalismo selvagem (nacional e internacional). Mais: os jornalistas, na sua grande maioria, são paus-mandados, renunciam ao caráter e são penas alugadas, perdendo o respeito dos leitores.

No entanto, mesmo na grande imprensa, há as exceções, e elas brilham e nos dão um pouco de esperança. É o caso do brilhante, talentoso e corajoso jornalista Jânio de Freitas, da FSP. Ele hoje publicou um texto que além de brilhante é inquestionável, uma lição de como um jornalista deve fazer o seu trabalho. Eis o texto:

SUPOSIÇÃO DE QUE DODGE VEM PARA

SALVAR TEMER GANHA NOVA ESTATURA

Jânio de Freitas

"A estréia da Procuradora Geral da República em expor sua orientação pessoal, e não mais como rescaldo do antecesssor Rodrigo Janot, não resultou favorável a ele e nem a nós. A menos que Raquel Dodge apresente comprovação, ao menos indícios aceitáveis, da novidade que disse, a suposição de que vem para salvar Michel Temer ganha nova estatura. Não pode mais ser vista como precipitada ou interessada.

"A meio dos motivos contrários à liberação de Geddel Vieira Lima, preso em Brasília, Dodge aponta-o coo líder da organização criminosa hoje central no noticiário. A forma verbal 'parece' atuar como chefe não altera o ineditismo da qualificação. Nem limita os efeitos benéficos dessa novidade para Temer dado como chefe. Geddel livra superiores hierárquicos da tal acusação, teria embaraços para auma delação premiada temida por Temer - como Bernardo Melo Franco registrou com outra formulação, na Folha de sexta (20).

"Geddel nunca foi considerado 'o chefe'. Mesmo a idéia de organização, a que procuradores recorrem com facilidade porquer ajuda na explicação do crime, além de aumentar as penas, não é correta nesse caso. Cada um dos incriminados integrantes do PMDB, seus doleiros e intermediários é um livre-atirador que, para certos golpes, uni-se a outros, mas seu objetivo de ganho era individual. Além de ambição desse ganho nada os aproxima. O perigoso Geddel é um desses há 30 anos. Compuseram uma organização, nem propriamente uma quadrilha. Sociedade, sso sim, ocasional mas frequente.

"Com estilo diferente, só Michel Temer. Usar intermediários é seu modo típico. José Yunes, Eduardo Cunha, Lúcio Funaro, GGeddel Vieira Lima. Rocha Loures, Moreira Franco, Eliseu Padilha e outrios, á identificados ou ainda nas sombras, estão citados nas investigações como pesssoas acionadas por Temer para chegar a terceiros, com missão definida.

"Os três primeiros da lista distinguem-se pelo requinte de manter escritórios ao redor das nstalaçõs do advogado Temer. Duros, afinal de contas, eram os tempos de uma caverna para quarenta. Com o avanço da sociedade paulistana, cada um dos quatro tem a sua, mas próximos todos para diminuir operigo -na explicação de Funaro - de levar malas com dinheiro grosso entre os destinatários.

"Há, de fato, e gravados, exemplos de ordens comprometedoras, dadas à maneira de chefe. Não de Geddel ou de outro dos intermediários. São assim: 'Tem que manter isso, viu?'. Ao que o ouvinte responde obediente: 'Todo mês, todo mês'. Em outro momento, qando o ouvinyte lamenta a perda de inermediação de Geddel e se refere à alternativa Loures, ouve a determinação: 'Fale com ele'. É precso saber se o deputado representa mesmo a Presidência, se pode falar tudo com ele, e é tranquilizado:'Fale tudo. Fale com ele'.

"O grupo dos intermediários não se ligou por sua conta, no entanto tem/tinha um elo chamado Michel Temer. Não há por que tirar-lhe essa hinra, àfalta das outras.

"Empreendedor no mesmo ramo, Aécio Neves adotou o método das intermediações. Mas, bom moço, deu um sentido familiar à atividade. Sua irmã abriu caminho às extorsões acobertadas como venda de imóvel, muito acima do valor, ou para pagar um advogado que a riqeza da família poderia quitar como nós outros pagamos o cafezinho. O apanhador, 'o mala' na nomenclatura especializada era um primo. Um tio e um político têm papel ainda mal definido, porque investigar a concorrência de Aécio a Eduardo Cunha e Cabral não tem suscitado entusiamo dos procuradores.

"Temer diz que é v[ítima de ma conspiração. Eduardo Cunha se acha injustiçado. Aécio quer 'ua sa´da honrosa'".

Com certeza anda há jornalistas honestos, brilhantes e corajosos no Brasil. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 22/10/2017
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