Pulsa, coração

Conhec um sujeito, um cara que era excelente figura humana, fraterno, solidário e muito educado, que fazia questão de se denominar poeta. Era apaixonado ela poesia, mas, inflizmente,não tinhaa chamada veia poética. Ele até declamava bem ospoemas de J. G,de Araújo Jorge e alguns de Guilherme Almeida, tinha uma bela voz e, confesso, declamava bem. Era do sertão do Pajeú, mas nao tinha vocação para a poesia sertaneja, o que gostava era da poesia romântica. Era tão obcecado pela poesia que mandou fazer uns cartões de apresentação que tinha a seguinte inscrição: Manfredo Dantas´- Poeta, depois tinha o endereço, não havia telefone, naquele tempo isso era fruta braba. Outro detalhe: Manfredim (era assim que o chamávamos) não bebia, nem refigerante porque prejudivavam o esmalte dos dentes. Um amigo que era seresteiro sempre me dizia: - Negão, como um cara que nao bebe pode ser poeta?

Manfredo só conseguiu, em vida, fazer um único poema, intitulado "Pulsa!, coração" (assim mesmo), ouvimos ele declamar esse poema ene vezes, decoramos, mas apesar de saber o quanto ele se esforçou para fazê-lo não gostávamos e isso o entristecia, mas ele não desitia de declamá-lo na nossa presença. Hoje encontrei um amigo da época, por sinal da mesma cidade de Manfredim, conversamsos muito e lembramos o poeta. O poeta e o seu poema, repetimos juntos o teor do poema e, creiam, marejamos os olhos. Fomos para um boteco e tomamos uma dose dupla de uísque Teatcher caubói, reservndo não a porção do santo, mas do poeta. Depois nos despedimos, mas acho que tanto eu coo ele lembrando do poeta. Edo seu único poeta que transcrevo em homenagem não a um grande poeta, mas a uma excelente e sudosa figura humana que no outro plano de vida (era assim que se referia ao céu, céu?, deverá estar pulsando de alegria por ser lembrado pelos amigos, eis o poema:

Pulsa!,Coração

Manfredo Dantas

Pulsa!Pulsa! Pulsa/Velho coração de guerra/ Que tanta emoção encerra/ E que não conhece a repulsa// Pulsa de desejos/ Vividos e alguns saciados/ Todos eles iniciados/ Nos primeiros e inesquecíveis beijos// O tempo passa/ Nesta vida tao fugaz/ Mas a paixão sempre pulsa// O desejo ningupem cassa/ A paixão jamais se desfaz/ Só o desamor causa repulsa.

Que saudade do poeta e, admito, do poema. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 21/10/2017
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