A minha morte
E pela primeira vez estava sentando cara a cara com a morte, logo meu sangue ferveu e meus gestos foram rudes enquanto meu comportamento se alterava, minha boca escorria sangue misturado com saliva, meus olhos sem luz nenhuma secava pela alta temperatura de meu corpo e também com meu orgulho idiota não deixaria ela ver nem sequer uma lagrima rolar pelo meu rosto que já estava pálido demais para ficar vermelho de raiva e meu terno que antes limpos encontrava-se sujo de vomito de minha ira... Uma cena grotesca.
Enquanto eu gritava aos sete ventos sobre odiá-la, ela permaneceu parada em minha frente sem falar alguma palavra ou emitir qualquer som até mesmo enquanto bebia uma vodka, eu não poderia defini-la naquele momento e nem algum outro eu acho, de tão maldita que eu a achava, mas enquanto eu tentava, me lembrava das minhas bebidas que no começo ardia como fogo, mas depois viraram a melhor agua que eu poderia beber... agua? Dos meus cigarros que o calor da fumava aquecia meu peito vazio de anos de relacionamentos fúteis, das drogas que me mantinham ativos para trabalhar como um robô... Dessa vez eu parecia mais acabado... Meus olhos ficando mais profundo e minha pele enrugada, meu terno parecia números maiores que eu e nesse momento eu olho para frente e vejo que a morte parecia o espelho do meu quarto que me refletia todas as manhãs....