- Sei que não vou aí!

Fim do domingo, o meu Sport pedeu para o Avaí, mas o meu Botafogo e o meu Santos venceram. Sou torcedor dos três. Tive times de futebol de botão desses times. Taí, nesse esporte eu até era bom, não o melhor, mas ficava mais ou menos no meio de uns vinte, em qinto lugar. Ah saudade...

Estou aqui no meu cantinho numa cadeira de balanço curtindo meu final de domingo, de vez em quando leio um trecho do romance, "O Marechal de costas", de um romancista pernambucano, estou achando ótimo. Se dissesse que não penso na crise estaria mentindo, mas não com a intensidade dos últimos dias, acho que estouchegando a auma conclusão óbvia: a miha opinião não influi e nem contribuí, não peso, não tenho importância nenhuma e o que penso não agrada nem ao lado que defendo. Sou um sujeito que não agrada, alguém que é dissidente em muita coisa, que não faz parte de nenhuma manada. Além disso, spou doente, liso e sem nenhum títuloou posição, sou alguém completaente descartável. Mas, apesar disso, jamais vou negociar as minhas idéias. Se pensar algo, digo, doa a quem doer. Detesto bajulação, de cabo a rabo. Adoro uma frase de Plutarcom que aplico a qualquer tipo de babão, seja de que coloração partidária for, não importa, babão não tem caráter, a frase é a seguinte: "O que o príncipe aprende melhor é a equitação, porque o seu cavalo não o lisonjeia".

De forma, hermanos e hermanas, que neste final de domingo, fico aqui com minhas reminiscência, meu livro, o rádio ligado na Rádio Universitária que só toca o filé e o biscoito fino da MPB, convicto que devo levar oresto da minha vidaprocurando, dentro das minhas limitações, ´preservar a minha independência, envelhecer sem envilecer, sem tentar derrubar o próximo, sem prejudicar ninguém, sem compromisso com nada que me envergonhe, dro nas minhas posições, mas sem jamais perder a ternura. Jamas. E sem abir mão do meu caráter, Pensem num pobre orgulhoso do seu caráter.

Só para fechar esta maltraçada vou repetir um verso do Canto Negro de José Régio que quando era jovem gostava, nas minhas cachaças de tentar declamar nos bares:

"Ah, que ninguém ne dê piedosas intenções!/ Ninguém me peça definições!/ Ninguém me diga: 'Vem por aqui'!/ A minha vida é um vendaval que se soltou./ É uma onda que se alevantou./ É um átomo a mais que se animou.../ Não sei por onde vou,/ Não sei para onde vou,/ - Sei que não vou por aí!".

Por hoje é só. Hsta luegoou, simplesmente, Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 10/09/2017
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