Cartas de Amor

O grande poeta português, Fernando Pessoa, afrmou que as cartas de amor são ridículas, se não fossem ridículas não seriam cartas de amor. Está certo? Deve estar. Mas há controvérsias, ele mesmo screveu cartas de amor e, portanto, foi ridículo, se não fosse ridiculo não teria sido humano. Sim, porque o ridículo é essencial ao amor. Não se pode e não se deve analisar o amorà luz da razão. O romantismo dispensa a razão. E priu.

Ah, as cartas de amor, como eram belas, verdadeiras, poéticas, mesmo sem rimas, mal-escritas, às vezes até copiadas, escritas por outros, mas sempr cartas de amor, o importante nem era o teor, mas o gesto,o ritual, auele envelope com aquela cartinha enderaçado à amada ou por ela enviada ao amado. A poesia estava no ato, naquele frisson, na espera, quem sabe, pela resposta.

Perdi ao longo do tmpo as cartas de amorque recebi, guardei unto com documentos e outros papéis, achava tão importantes quando escritura da casa, careira de identidade, títulode eleitor... Vou ser mais sincero, achava as caftas mais importantes. Por isso quando desapareceram( a gente perde tantacoisa em mudança e pelos caminhos da vida, né mesmo?) eu fiquei triste paca. Não, nunca me importei, como diria Valdik, com os senões, mas com a relíquia em si, achava as cartas uma relíquia, um bem intangível. Dia desses me conyrolei para não chorar: estava com um casal de amigos, quando ela abriu a bolsa e me entregou um maço de cartas amarradas com ua fita e rindo disse: - Olha, malandro, as cartas que você escreveu e seu amigo - apontando para o marido - só fez copiar, e eu, idiota, pensava que era ele o autor, so depois matei a charada porque notei que ele só é bom com numeros, o safado não sabia escrever nem um bilhete. Depois ele me confessou. Mas mesmo assim guardo como se tivessem sido escritaspor ele, o importante foi a intensão e riu gostoso. E começou a ler em voz alta uma em que eu a chamava de estrela mais bonita da constelação.E rndo dizia: - E eu acreditando num absurdo desses... Fiz que também ria, mas estava emocionado, afinal contribuí paa a concretização de um romance que gerou um casamento. qase perfeito, digo quase porque perfeito nao há nada, só Deus.

De vez em quando ouço aquela versão que Roberto Carlos canta, "Cartas de Amor" e sempre me emociono, não pelas cartas que escrevi para os outros, mas pelas que recebi...

"Ontem, amor, reli/ As cartas que te escrevi/ frases repletas de amor/ Que por você u senti, sofri".

Era ma vez as cartas de amor, agora é só celular, zap e nem isso, fica-se, sem nenhum romantismo. Ah, aquele tempo tipo aquela música de Zé Dantas e uiz Gonzaga, a Letra I, aquela da cartinha para ser entregue na casa de ma certa amada. Ah, as cartas de amor. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 09/09/2017
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