Fundo do poço ou volume morto, eis a questão

Não subestimo as opiniões dos brilhantes economistas, eminentes juízes, famosos jornalistas, dinâmicos e progressistas empresários, operosos sindicalistas, pios religiosos e nem tampouco ilustres e idealistas políticos, de todos os partidos, ideologias e siglas mil. Também não condeno as mesas redondas tipo Canal Livre, Globo News e outros canais. Posso divergir discordar, ter a minha visão, mas preciso, devo, sou obrigado a respeitar as diversas opiniões, por mais que o nó na garganta aperte, respeito, até mesmo sabendo que no caso da mídia não há imparcialidade e nem ideias, só sai o programado, orquestrado,planejado.

Mas a opinião que rspeito mesmo e é decisiva para mim, decisiva e sagrada, é emitida por gente do povo, por aqueles sem tribunas, sem nenhuma representatividade, sem títulos, sem fama, sem glória, sem lenço e sem documento sustentam este país, pagam as contas dos marajás, os luxos dos ricos, a roubalheira dos poderosos, são aqueles que sofrem os efeitos da crise na própria pele, na mesa, no cotidiano. Essa gente é quem sabe onde o nóaperta, sua opinião vale muito mais do que a dos especialistas e da cambada de políticos de todos os naipes partidários.

Uma proa disso tive hojena fila de um caixa de supermercado. Foi um diálogo entr duas brasileiras sérias que me fez ter certeza que o Brasil está no fundo do poço, no volume morto. As duas senhoras estavam conversando normalmente. Uma era professora e a outra enfermeira. Como a fila era grande ouvi quase todo o diálogo. A profssora disse à enfermeira: - Alguma coisa está errada nessas notícias da tevê que dizem que a inflação está baixando. Olha, toda vez que faço compras noto que sempre há produtos subindo, nunca baixando, só pode ser mentira, faz tempo que só compro carne com osso, a outra o dinheiro não dá, não dpa nem para comprar os remédios. A enfermeira comentou: - É mesmo mentira, a inflação subiu demais e vai subir ainda mais com esses aumentos da gasolina. Tambémspou tô comprando carne com osso, até o frango tá caro demais. O problema é que todo o dinheiro da gente é para pagar impostos para sustentar os marajás, tem juiz ganhando aos tubos, deputado, senador e vão criar até uma verba para os políticos torarem na campanha política. A professora fcou irrita e disse: - Não há ninguém que se possa confiar, tudo caça quarenta, só querem enricar. Você viu aquela dinheirama que pegaram num apartamento? Deve haver em todo o país dinheiro malocado que roubaram da gente. A enfermeira voltou à carga: - Amiga, o Brasil não tem mais jeito, tá atolado na lama e só quem sofre somos nós, os que realmente trabalham, Eu tenho vergonha do Brasil. Já no final, anyes de pagar viraram o disco e ficaram falando sobre a sereia da novela, pagaram suas compras deram-se os beijinhos de praxe e se despediram.

Para mim o testemunho delas vale mais que os diagnósticos dos especialistas e da mídia. Quando pessoas puras, decentes, trabalhadoras dizem que nao tem mais jeito e, nclusive, estão com vergonha do país é porque estamos mesmo no fundo do posso, no volume morto. Repito o finalizinho da canção: - É gente umilde, tenho vontade de chorar. Deviam respeitar o povo. Ah, Brasil. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 08/09/2017
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